quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Como viver com Alzheimer...


Já se foi o tempo em que envelhecer significava, para muita gente, perder a vida aos poucos. Atualmente, cada vez mais gente tem superado a expectativa de vida no Brasil, que é de 70 anos, em média, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A população idosa tem vivido mais graças, entre outros fatores, a hábitos de vida mais saudáveis, além do surgimento de políticas voltadas para a pessoa idosa no país.

Entretanto, algumas doenças são encaradas como grandes fantasmas para muitas pessoas, entre elas, o Alzheimer, doença degenerativa que, aos poucos, apaga a memória, compromete a comunicação e leva muitos idosos à depressão. A doença neurológica afeta, principalmente, pessoas com mais de 60 anos, mas os primeiros sinais podem surgir antes disso.

A família precisa ficar atenta, pois quanto mais cedo houver o diagnóstico, mais tempo a memória do paciente será preservada, segundo a psicóloga Joelina Abreu, do Hapvida Saúde. O diagnóstico da doença de Alzheimer se dá clinicamente, com uma avaliação feita por geriatras, psiquiatras ou neurologistas.

Ainda não existe uma unanimidade quando se fala nas causas da doença de Alzheimer, mas algumas teorias revelam que a doença é desencadeada a partir de grandes traumas, fortes dores psicológicas e a falta de atividades que, de alguma forma, oxigenem a mente, como a prática de exercícios físicos ou o aprendizado de um novo idioma, por exemplo.

O médico geriatra Jesus Gutierrez, que atende na rede Hapvida, garante que a introdução de novas atividades na rotina das pessoas de todas as idades é fundamental na prevenção de doenças físicas e mentais. Para os idosos, esses benefícios são ainda mais interessantes. A seguir, o especialista responde a algumas questões relacionadas ao tema:

1-    Como a busca por novas atividades pode trazer benefícios aos idosos? Aprender novas línguas pode diminuir o risco de Alzheimer?

A doença de Alzheimer ainda é cheia de incógnitas para a medicina mundial. Mas algo que se pode afirmar com certeza é que o aprendizado de um novo idioma obriga a mente a fazer novas conexões o tempo inteiro e isso mantém ativo e oxigenado o hipocampo, área do cérebro responsável pela memorização e concentração. Dessa forma, a partir do momento em que uma pessoa tira o cérebro do “automático” e o desafia, ela mantém controle sobre a capacidade de se concentrar e memorizar algo.

Isso vale para todo tipo de atividade que seja considerada uma novidade na rotina. Aprender um novo idioma é tão interessante quanto fazer atividades físicas diversas. Por exemplo: em vez de somente caminhar, a pessoa pode fazer aula de dança em um dia, pilates em outro, e por aí vai. O exercício físico mantém a saúde do corpo, que precisa ser fortalecido, especialmente, quando uma doença degenerativa se instala.

Porém, a doença de Alzheimer não é de todo evitada. O que ocorre é que ela pode ser retardada, ou seja, demorar mais tempo para manifestar os primeiros sinais. Outro detalhe é que, se a doença for diagnosticada precocemente, as terapias cognitivas, associadas à prática de atividade física, freiam os efeitos da doença.

2-    Quais outras práticas podem ajudar os idosos a continuar a envelhecer de forma saudável?

É interessante propor tarefas as quais o idoso não está acostumado a realizar. Por exemplo: se a pessoa costuma relaxar com uma boa leitura, pode aprender um instrumento musical ou aprender a dançar um estilo diferente. Pode, ainda, fazer cursos em áreas que não está habituada, como pintura, artesanato, corte e costura, entre outros. Essas são maneiras de melhorar as habilidades e aumentar a capacidade cerebral e a memória.

Nenhum comentário:

Postar um comentário