Homem foi flagrado em vídeo agredido a companheira. |
No entanto, pela análise do vídeo, a diretora da Casa da Mulher Brasileira, Susan Lucena, acredita que não seja a primeira agressão. “Provavelmente não é a primeira agressão, pelo teor e a forma como acontece a agressão. O Ministério Público vai representar (contra o agressor) para que o homem seja processado pela prática da violência doméstica, no caso a violência física, por se tratar de uma ação pública incondicionada”, disse Susan Lucena.
O vídeo das agressões ganhou as redes sociais e teve uma grande repercussão nacional. As imagens da câmera de segurança mostram a mulher fugindo de uma residência para pedir socorro. Ela é perseguida por um homem, leva tapas e socos na cabeça e acaba sendo arrastada pelos cabelos (relembre).
Vale lembrar que em casos de lesão corporal, no contexto de violência doméstica, não é necessário que a vítima faça a representação, ou seja, ela denunciando ou não, o agressor pode responder criminalmente. O suspeito de praticar as agressões ainda não foi localizado. A Polícia Civil expediu guia encaminhando a vítima para a realização de exame de corpo de delito e vai instaurar inquérito para investigações no âmbito da violência doméstica e familiar.
Em surto
A vítima foi às redes sociais para justificar as agressões praticadas pelo companheiro, identificado como Jhonata Silva dos Santos, de 28 anos. No relato, ela disse ter sido a primeira vez que agredida pelo marido, que estaria alcoolizado na hora do crime. A vítima revela ainda que naquele momento havia saído de casa para comprar lanche, enquanto ele cochilava. “Eu saí para comprar comida para gente. Quando eu retornei, ele estava em surto, estava fora de si, não era o Jhonata que eu convivia. Pela manhã, ele não lembrava de nada e entrou em desespero depois que contei para ele e sumiu após a divulgação do vídeo”, relatou.
Segundo a psicóloga Carla Cruz, a atitude da vítima em defender o agressor é explicada por diversos fatores, os mesmos que mantém uma mulher em um relacionamento abusivo, como, por exemplo, dependência financeira, emocional, religiosidade (onde a mulher sempre aparece como submissa), dentre outros. “Acredito que o primeiro ponto a se pensar seja o machismo estrutural, que atinge todos, inclusive nós mulheres, que acabamos vendo como aceitável ou normal comportamentos machistas. Por vezes nos culpabilizamos pela agressão, e justificamos os atos do autor de violência”, afirmou.
O vídeo em que a vítima defende o agressor está disponível no Instagram do Blog do Alpanir Mesquita e você pode conferir na íntegra AQUI.
Do Portal Difusora ON.
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