 |
Caso aconteceu em Bequimão. |
A polícia civil do Maranhão abriu um inquérito para investigar um suposto caso de racismo dentro da sala de aula no município de Bequimão, na Baixada Maranhense. De acordo com estudantes de uma escola estadual, uma professora chamou um aluno negro de "carvãozinho". O caso aconteceu no dia 10 de abril deste mês, no Centro Educacional Aniceto Cantanhede, que é a mais antiga da cidade e também a primeira escola pública de ensino médio de Bequimão.
Os alunos relataram que, durante a aula de Geografia, uma professora teria chamado um aluno negro de “carvãozinho” ao pedir silêncio para a turma. “Brincando com os outros, os outros chamando ele de foguinho. Aí a professora, como eles já tinham uma brincadeira à parte, há um ano, ela disse: ‘não, não gente. Não é foguinho, é carvãozinho’”, relatou um aluno da sala, que preferiu não se identificar.
Uma aluna contestou a fala da docente dizendo que aquilo era crime. A professora, então, teria respondido que os alunos poderiam denunciar, pois ela não estava “nem aí”. A vítima está passando por acompanhamento psicológico. “Eu me senti muito angustiado no coração, fiquei muito triste, eu fiquei muito envergonhado com essa situação. Eu fiquei muito desanimado nesses últimos dias, muito desanimado em casa e no colégio mesmo”, contou o aluno.
Dias depois do caso, alunos e pais fizeram um protesto em frente à escola, pedindo por justiça. O caso ganhou repercussão na cidade e a Secretaria Estadual de Educação informou que a professora foi afastada. Um Boletim de Ocorrência foi registrado no dia 14 de abril pela avó do estudante, moradora da comunidade quilombola de Pontal. O caso abalou toda a família. “Ele chegou em casa, não falou nada. Mas eu estava achando que ele estava um pouco estranho, triste. Aí eu procurei para ele: ‘Felipe, eu tô pra ir na tua escola saber o que tá acontecendo lá, que tu está assim esquisito’. Ele não me respondeu nada”, relatou Maria Lúcia Pereira Diniz, avó da vítima.
As investigações estão sendo conduzidas pela delegacia de polícia de Bequimão. O inquérito foi aberto e deve ser concluído esta semana. Além disso, a Secretaria Estadual de Educação abriu um processo administrativo para apurar os fatos.
Do Imirante.