Entrevista coletiva sobre a limpeza do óleo. (Foto: Nael Reis) |
Um centro de operações que conta com o apoio de equipes do Governo do Maranhão vem atuando 24 horas por dia e sete dias por semana na análise, no recolhimento e na coleta de manchas ou vestígios de óleos que atingiram praias do litoral maranhense. A informação foi repassada à imprensa, durante coletiva realizada na tarde desta quinta-feira (31), no auditório da Capitania dos Postos do Maranhão, no Jenipapeiro, em São Luís.
Representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Capitania dos Portos do Maranhão, do Instituto Chico Mendes de Conservação Ambiental (ICMBio), do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) – órgãos que compõem o Centro de Operação de Incidentes de Poluição por Óleo – detalharam as medidas já adotadas.
De acordo com o comandante da Capitania dos Portos do Maranhão, Márcio Ramalho Dutra, apesar de ter o segundo maior litoral do Nordeste, o Maranhão foi um dos menos afetados. Ainda segundo o comandante, “não há novas incidências de poluição por óleo” e os lagos dos Lençóis Maranhenses, área de grande atração turística, “estão completamente limpos”.
“A ideia é a gente centralizar as informações e colocar todo apoio logístico que o Estado do Maranhão tem, que os municípios têm, e que as forças federais têm para mais rapidamente remover e analisar essas manchas de óleo. Estamos fazendo um patrulhamento constante”, afirmou o comandante Márcio Ramalho Dutra.
Ainda de acordo com Márcio Ramalho Dutra, até o momento foram coletados 1230 kg de material oleoso – incluindo areia – encontrado em 12 pontos da costa maranhense. Destes, três (dois em Santo Amaro e um em Cururupu) estão com o que se chama de vestígios esparsos, ou seja, com baixo impacto. Os demais já foram limpos.
O número confirma que o Maranhão foi um dos estados menos afetados com esse desastre ambiental, que já atingiu mais de 250 localidades em 78 municípios dos nove estados do Nordeste brasileiro.
Segundo analista ambiental do Ibama Ciclene Brito, a maior parte do material encontrado no Maranhão é formado de vestígios de óleo, que são pelotas espaçadas da substância, e não de manchas, que são formações mais “elásticas contínuas e viscosas” de óleo. Ela também alerta que a população deve evitar entrar em contato com eventual material oleado encontrado e distinguir o óleo de algas ou outros de sedimentos orgânico do próprio litoral, como paleomangues (restos de vegetação de mangue).
“A orientação é que as pessoas não manuseiem o material que for observado, porque pode causar lesões, como irritações na pele. Esse óleo é viscoso, tem densidade diferente da água e ele é mais pesado que o óleo diesel, por exemplo, que flutuaria na água”, detalhou.
Destino do material coletado
O secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais, Rafael Ribeiro, explicou que o material coletado no Maranhão será destinado a uma empresa privada que possui uma célula de tratamento específico para receber produtos tóxicos e perigosos como o óleo. “A ação primária é o recolhimento do material. Hoje definimos que o destino final será uma empresa privada, que tem condições de dar uma destinação adequada aos resíduos”, esclareceu.
Cuidados
O comandante Márcio Ramalho Dutra disse que é necessário o uso de sacos específicos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e recomenda que o melhor caminho é denunciar qualquer suspeita de contaminação aos canais de atendimento da Capitania dos Portos (0800-098-8432), Emergência (185), Ibama (0800-61-8080), emergência do Corpo de Bombeiros (193) ou no telefone da Sema (3108-9000). “Pedimos ao cidadão que informe pra gente e não tenha contato com esse material”, alerta Márcio Ramalho.