Médica do trabalho Graziela Medeiros. |
Ao longo dos anos, cada vez mais empresas têm buscado dar aos trabalhadores, em especial, os que labutam em meio a riscos iminentes de acidentes, condições de trabalho que atenuam ou diminuem esses perigos. “Décadas atrás, por exemplo, canteiros de obras não eram tão sinalizados e cheios de EPI – Equipamentos de Proteção Individual, como capacetes, luvas, óculos, entre outros. Hoje, as empresas que desrespeitam essas normas são punidas severamente. Mas o que ainda se observa é a falta de atenção de alguns trabalhadores, parecem ignorar os riscos que correm”, pontua a médica do trabalho Graziela Medeiros, do Hapvida Saúde.
Para alertar a população brasileira sobre a importância da prevenção, o Ministério do Trabalho instituiu 27 de julho como o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho. Dados do Ministério apontam que, por ano, ocorrem cerca de 710 mil acidentes, o que dá 1 a cada 44 segundos. Esses acidentes resultam, em média, em 15 mil incapacitações permanentes por ano; 2.810 pessoas morrem enquanto trabalham, anualmente, no país. “4% do PIB Brasileiro, ou seja, 200 bilhões de reais, são perdidos, ano a ano, com acidentes de trabalho”, enfatiza Eva Patrícia Gonçalo Pires, auditora fiscal do trabalho.
Ao longo de toda a existência da humanidade, acidentes e doenças com graves consequências para a integridade física e para a saúde dos trabalhadores surgiram, assim como o interesse em estudá-los. “Não só para entender as origens e os motivos dessas ocorrências, mas também para evitar a repetição e garantir melhorias das condições de vida. Muito do desenvolvimento atual da área de segurança e da medicina do trabalho se deve aos que perderam a vida ou ficaram incapacitados em decorrência da utilização de novas tecnologias, novos processos e novos produtos que demonstraram ser prejudiciais ao longo do tempo, uma vez que não se conheciam os riscos, até que estudassem os seus efeitos”, esclarece a médica do trabalho.
Se, por um lado, os esforços são grandes para evitar novos acidentes, por outro lado, é preciso que os trabalhadores também tenham a consciência de trabalhar em segurança. “Às vezes, por acreditarem que sabem executar determinada função com maestria, e pela prática de anos de experiência, alguns trabalhadores se descuidam da própria segurança, o que é um erro e resulta em muitos acidentes”, lembra Graziela.
Em tempo: medicina e segurança do trabalho são ramos diferentes. Medicina do trabalho trata dos exames da saúde ocupacional, como exames admissionais, demissionais, periódicos, etc. Essa especialidade trata da saúde ocupacional. Para ter essa titulação, o profissional precisa ser médico e ser pós-graduado em medicina do trabalho. Com esses exames, é possível dar mais garantias aos trabalhadores, para que atuem sem riscos, ou com riscos previamente calculados e, por isso, sejam recompensados dignamente.
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