Piruinha. |
Antes de ingressar no jogo do bicho, Escafura foi motorista de lotação, na década de 1950. Depois, passou a gerenciar as bancas da região da Piedade, Abolição e Inhaúma, região onde exerceu bastante influência no auge do jogo – e onde morou até a morte. Desde a década de 1970, quando da divisão territorial do Rio entre os principais banqueiros de bicho da cidade, Piruinha controlava o jogo nas regiões de Madureira, Cascadura, Abolição, Piedade, Inhaúma e Maria da Graça.
Estava entre os 14 banqueiros presos e condenados pela juíza Denise Frossard, da 14ª Vara Criminal, em 1993, por formação de quadrilha ou bando armado. Piruinha e os outros bicheiros receberam a pena máxima de seis anos de detenção. Nesse mesmo processo, os bicheiros respondiam por tráfico de drogas e tortura. Mas nas alegações finais do julgamento o promotor pediu a exclusão desses crimes, por falta de provas. A sentença, no entanto, foi modificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reduziu a pena para a metade. Por meio de recursos, advogados conseguiram excluir o crime de bando armado. Quase cinco anos depois, todos já estavam soltos.
No ano passado, Piruinha foi julgado pela abusação de ser mandante da morte do comerciante de carros Natalino José do Nascimento Espínola. Acabou absolvido. Antes, chegou a ficar preso por dois anos. Após sofrer uma queda na cadeia, foi para prisão domiciliar. No fim de 2023, o bicheiro foi internado com uma pancreatite.
Piruinha participou da série "Vale o que está escrito", do Globoplay, que mostrou a história e bastidores da contravenção no Rio. No documentário, ele mostra orgulho por ser contraventor, por ser mulherengo e pai de 19 filhos. Ele também se apresentou como o bicheiro que tinha mais pontos: 250, pelas suas contas. Da chamada antiga cúpula do jogo do bicho no Rio ainda estão vivos: Aniz Abraão David, o Anísio, e Aírton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães.
Do G1.
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