Saymon Aquino. |
Acompanhado dos advogados Natanael Tomaz Aquino Junior (OAB-AM, 27097) e Aquila Pereira Mascarenhas (OAB-AM, 2540), Saymon disse que havia conhecido Maldine Vieira há cerca de 50 dias, por meio de um amigo em comum conhecido por “Rafael da Juventude”, em um churrasco na casa de Rafael. No dia 30 de abril, por volta das 19h, esteve na loja W. Carnes, na Ponta do Farol, com um amigo conhecido como Anderson. Afirmou que Anderson recebeu uma ligação de Maldine perguntando onde estava e com quem. Anderson respondeu que estava com Saymon e indo para o “Chefe Prime”, localizado na Cohama, juntamente com o depoente. Ali, pouco depois das 20h, chegou Maldine. O declarante e Anderson seguiram para o Chefe Prime, chegando lá por volta das 20h. Logo depois, Maldine chegou, segundo Saymon, apresentando comportamento acelerado, e dizendo: ‘Rapaz, estou virado há dois dias’. Em seguida, Saymon O convidou os dois esticarem até o posto “Omega”, localizado próximo ao Restaurante Cheiro Verde. Anderson foi com Saymon em sua Dodge Ram, e Maldine seguiu em seu Corolla para o mesmo posto. Chegaram por volta de 22h, usaram bebidas alcoólicas e depois Maldine convidou Saymon e Anderson para irem até o Champs Mall, na Península, onde tinha um amigo dele cantando. Pouco depois das 23h, seguiram para a Península os três na Dodge Ram. O carro de Maldine permaneceu no posto Omega. Ficaram por 1 hora e ali o declarante afirmou que suspeitou que Maldine pudesse estar fazendo uso de algum tipo de droga ilícita, pois já havia falado que era usuário de cocaína e seu comportamento estava condizente com quem usa esse tipo de droga.
Acrescentou Saymon que, após passarem pelo Champs Mall, seguiram para o posto de combustível Nicolletti, na Holandeses, os três ainda no carro do empresário, continuando a fazer uso de álcool. Algumas pessoas que estavam na Península também foram para o posto, incluindo um jornalista dono de um site. Conforme o depoimento, entre 04h e 05h da manhã, Maldine convidou Saymon e Anderson para irem para a Mansão da Rosana, onde chegaram pouco antes das 05h. Ao chegarem, o depoente disse que percebeu que Maldine já era conhecido no local, e que uma garota loira já estava conversando com ele. Passaram a beber whisky e energético, e por várias vezes, segundo Saymon, Maldine ia ao banheiro e voltava. Pela manhã, Maldine pediu para a garota loira ir ao banheiro, indicando que estava com dor de barriga. As garotas levaram Maldine para dentro da casa. Uma delas retornou sozinha. Saymon afirmou que não recorda por quanto tempo foi esse retorno, pois já estava alcoolizado. Explicou Saymon que na noitada anterior recebeu ligações de um amigo – Bruno Campelo – e que quando estava na Rosana, recebeu uma ligação de Bruno informando que quando terminasse o plantão iria encontrá-lo lá. Bruno chegou por volta das 07h30.
O declarante disse que Maldine desceu correndo as escadas da casa, olhando para trás, falando algumas coisas sem sentido, e começou a correr em volta da mesa, na área externa. A porta da rua do estabelecimento estava entreaberta e Maldine correu em direção à rua. O empresário contou que, percebendo que Maldine estava em surto, levantou os braços pedindo para que todos parassem de gritar, numa tentativa de acalmá-lo. E que quando Maldine foi para a rua, Bruno Campelo e outro frequentador do local conseguiram alcançá-lo e colocá-lo para dentro do estabelecimento, com receio de que ele fosse atingido por um carro na rua. Maldine continuou a correr na área da casa. Saymon disse que nessa hora se afastou e ficou próximo a uma churrasqueira nos fundos da casa, começando a tremer de nervoso diante da situação. Em seguida – continuou -, chegou uma terceira garota pedindo para o depoente se acalmar. “Maldine continuou correndo, desnorteado, e acabou caindo na piscina”, disse Saymon, acrescentando que nessa hora gritou: “pega, pega, para ele não se afogar”. Bruno e o outro frequentandor (Allan Lapore) pularam na piscina e tentaram alcançar Maldine, que se debatia e conseguia se desvencilhar da tentativa de socorro. Um deles conseguiu segurar Maldine pelo tronco, tentando deixar a cabeça dele para fora da água. Saymon disse ter percebido que Maldine estava tremendo dentro da piscina. E que, entre 5 a 10 minutos, conseguiram tirar Maldine da piscina e o colocaram na borda, já desperto.
Afirmou Saymon que quando Maldine estava na borda da piscina, Bruno realizou massagens cardíacas nele, mas não houve sucesso. O empresário disse que correu para seu carro com o objetivo de prestar socorro, mas ao colocar a mão no bolso não encontrou a chave do veículo, percebendo que não sabia onde estava a chave, e também que não conseguiria manobrar o carro porque outro veículo bloqueava o caminho; Saymon contou que percebeu que havia uma Fiorino branca próximo ao portão da casa, e questionou quem seria o dono do carro, sendo informado pelo homem que auxiliou Bruno na tentativa de resgate que este era o proprietário da Fiorino. Bruno disse que lembra vagamente de pessoas falando que estavam tentando contatar o SAMU, mas não conseguiam. Colocaram Maldine na parte de trás da Fiorino, e o empresário foi segurando a vítima, enquanto o dono do veículo dirigia. No caminho, Maldine permanecia inconsciente, motivo pelo qual o declarante gritava e realizava massagens cardíacas na tentativa de reanimá-lo.
Ao chegarem na UPA do Araçagi, o blogueiro foi colocado em uma maca, sendo iniciado o atendimento médico. Momentos depois, segundo o empresário, chegou Rafael da Juventude, tendo o depoente pedido que ele assumisse a situação no hospital, pois estava nervoso, descalço e com receio de ser visto naquelas condições no local. Então, retornou à mansão acompanhado de Allan. Ali permaneceu uns 30 minutos, tentando entender, com os demais, todo o ocorrido. Depois, ao sair da Mansão, o declarante afirmou que seguiu para um posto que fica nas imediações de um acesso à Maioba e Raposa, e que Bruno também o seguiu em seu próprio veículo. Saymon acrescentou continuou em busca de informações sobre Maldine pela internet. Bruno deixou o local e o declarante permaneceu no posto e resolveu ligar para o seu advogado, pois estava totalmente desnorteado e não queria chegar em casa, nem encontrar sua esposa naquela situação.
Assim, foi novamente para o Posto Omega, onde encontrou um amigo e contou tudo que havia acontecido. Depois, seguiu para casa, sabendo da morte do blogueiro por meio da internet. Perguntado se tinha conhecimento de postagens no blog de Maldine, atribuindo a ele supostas práticas de corrupção, Saymon o respondeu que tinha ciência dessas postagens. Em seguida, questionado sobre a razão de aceitar a companhia de Maldine, disse que soube que ele era ‘gente boa’, por meio de moradores do Cohatrac, bairro em que o declarante foi criado. E que próprio Rafael da Juventude foi uma dessas pessoas que falou positivamente do empresário para Maldine. As postagens com as denúncias, segundo o depoente, aconteceram há aproximadamente um ano, e que tudo foi esclarecido, inclusive judicialmente, a respeito dos fatos pelos quais foi caluniado. Saymon disse que é empresário do ramo da construção civil, e que não tinha interesse em prejudicar Maldine. Acrescentou que nunca foi preso nem processado judicialmente.
De O Informante/Jornal Pequeno.
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