domingo, 11 de abril de 2021

Profissionais da saúde relatam exaustão e pedem apoio da população

Médica Juliana Barros.
Um ano na luta contra o coronavírus. Esse é o tempo em que a médica Juliana Barros, 26 anos, está atuando na linha de frente. Seu primeiro emprego veio quando a pandemia começou a assustar os maranhenses. Ela foi uma das profissionais contratadas para atuar no Hospital Genésio Rêgo, em São Luís, inaugurado no dia 4 de abril de 2020, voltado exclusivamente para pacientes com covid-19. O primeiro caso no estado tinha sido confirmado dias antes, em 20 de março.

Depois de 12 meses intensos os profissionais de saúde estão esgotados, mas o novo coronavírus não dá trégua. Segundo boletim divulgado no dia 8 de abril pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), são 247.107 casos confirmados no Maranhão, sendo 223.941 recuperados, 16.750 pessoas atualmente infectadas pela doença, além de 6.416 óbitos.

Apesar de o Maranhão ter a menor taxa de mortalidade pelo coronavírus em todo o Brasil, a segunda onda no país ataca cada vez mais jovens.

“Está sendo cada vez mais difícil, em 2021 nós percebemos um perfil diferente dos pacientes, com o aumento de casos graves em jovens, pessoas sem comorbidade. Desde o começo está complicado, temos que tomar decisões difíceis durante as internações e os profissionais da saúde sofrem junto com os pacientes”, declara Juliana.

A psicóloga Alexsandra Sáfadi atende pacientes isolados no leito, familiares que não podem visitar seus entes queridos ou os que perderam alguém, além de receber colegas de trabalho em seu consultório, os que também estão na linha de frente.

Segundo Alexsandra, em paralelo a segunda onda, profissionais da saúde enfrentam um esgotamento físico, mental e emocional. “Está sendo um ano atípico, diferente. Nós observamos que essa situação acaba causando medo de forma geral, já que a pandemia está fora do controle das pessoas, é uma situação que potencializa o estado emocional de todos”, afirma.

“Não é um cansaço físico, é um cansaço mental. Os profissionais da saúde chegam ao hospital e não sabem mais o que lhe esperam, é uma situação que foge do nosso controle. E temos que ter que lidar com problemas pessoais e profissionais. Temos que saber separar essas duas coisas? A resposta é sim. Mas, chega um momento que não tem como, por estar presenciando mortes quase todos os dias.”

A psicóloga reforça que a única maneira da população ajudar os profissionais da saúde é seguir os protocolos sanitários. “As pessoas precisam se prevenir o máximo possível, é uma situação que não temos controle, o vírus generalizou, não tem mais idade ou comorbidade. É preciso usar máscara, ficar em casa, evitar aglomerações e lavar as mãos com frequência”, diz.

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