Ao centro, Renan Filho e Sarney. |
Como uma batida de martelo, a informação do ministro Renan Filho ao ex-presidente José Sarney pode ser vista como o desfecho de um intenso jogo de pressão sobre o ministério. No caso do DNIT, esse jogo é bem mais intenso, uma vez que o órgão tem orçamento bilionário e responde pela construção, administração e manutenção das rodovias federais, área que leva políticos a verdadeiras quedas de braço. Vale lembrar que nos últimos anos o DNIT esteve sob influência do senador Roberto Rocha (PTB), com o deputado federal Josimar de Maranhãozinho também dando seus “pitacos no pedaço”.
É verdade que os cargos federais mais disputados já foram preenchidos, mas ainda há muitas vagas secundárias em aberto. Dos mais importantes, a Codevasf, o Incra, o Ibama e os Correios já têm novos dirigentes, nomeados pelo presidente Lula da Silva em meio à forte pressão de congressistas por cargos.
Um dos primeiros disputados, o de diretor regional da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), foi entregue a Clóvis Luís Paz Oliveira, por indicação do senador Weverton Rocha (PDT), que agiu mais rápido em Brasília e garantiu o que os políticos chamam de filet mignon entre os braços da máquina pública federal nos estados, uma vez que tem orçamento bilionário e tem um elenco de atividades que vai da construção de pontes à implantação de sistemas de abastecimento de água em pequenas comunidades. Já a estrutura dos Correios no Maranhão encontra-se sob a influência do deputado federal (União Brasil) e atual ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que nomeou para o comando Rorício Vasconcelos, homem da sua inteira confiança.
Depois de muita pressão, o PT indicou e o Palácio do Planalto decidiu emplacar o ex-deputado federal Zé Carlos Araújo no comando regional do Incra. Ele foi lembrado para o comando estadual da Caixa Econômica, da qual é funcionário de carreira, tendo sido um dos seus dirigentes no Maranhão antes de entrar para a política, elegendo-se deputado federal pelo PT. Outros pretenderam o cargo, mas ninguém contestou sua nomeação e ele próprio manifestou entusiasmo com o desafio que é administrar problemas fundiários no Maranhão.
A nomeação mais recente aconteceu na semana passada: indicada pelo irmão, deputado estadual licenciado e atual secretário do Governo do Maranhão em Brasília Othelino Neto, o Palácio do Planalto deu sinal verde para a nomeação da advogada Flávia Alves, suplente de deputado federal pelo PCdoB. Avalizada pelo partido, a nomeação teve o aval do PT e do PSB.
Continuam sem comando efetivo a Superintendência Federal de Agricultura e Pesca, a Diretoria de Patrimônio da União (DPU), a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que aguardam o desfecho do jogo de pressões partidárias para voltarem a ter funcionamento normal.
Da Coluna Repórter Tempo/Ribamar Corrêa.
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