O município de Nina Rodrigues continua sua luta para ter o reconhecimento de todas as comunidades de descendentes de negros reconhecidas como comunidades quilombolas. O reconhecimento institucional é muito complexo e envolve vários órgãos governamentais e sociais.
Este processo está sendo retomado por convocação do Governo do Estado. Em São Luís está ocorrendo entre os dias 21 a 23 de novembro, durante a reunião do CONSEA – Conselho Nacional da Segurança Alimentar e Nutricional, debate sobre questões de saúde e de alimentação de pessoas descendentes de quilombolas. O município encaminhou o Conselheiro Aguinaldo Nunes para participar dessa reunião.
Em Nina Rodrigues, já foram identificadas famílias e descendentes de negros em doze comunidades (São José dos Pretos, Ilha, Campestre, Boa Esperança, Macacos, Balaiada, Palmares, Pirinã, Amapá dos Catarinos, lugarejos Troncos e Malha’dalta), onde residem descendentes de Pedro Adão.
Nos governos dos ex-prefeitos Jones Braga e Iara Quaresma foram reconhecidas pelo governo federal apenas duas comunidades quilombolas, Ilha e Amapá dos Catarinos.
“Embora na última década tenha havido no Brasil um conjunto de ações governamentais para o cadastro e o reconhecimento de comunidades quilombolas, ainda há muitos problemas para esse reconhecimento. O INCRA, por exemplo, que é o órgão que coleta as primeiras informações, dispõe de poucos recursos para isso. O serviço inicial é feito por antropólogos e há poucos profissionais desta área neste órgão”, esclarece a ex-gestora Iara Quaresma.
O Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra foi celebrado em todas as escolas municipais de Nina Rodrigues, no campo e na sede, com a atuação de professores e de alunos de Creches, da Pré-Escola, do Ensino Fundamental e da EJA, com diversas ações educativas, como:
- Danças: tambor de crioula, dança balaio, dança do reggae;
- Dramatizações a partir da leitura de livros com personagens e histórias infantis de crianças negras, como a obra A menina do laço de fita, por exemplo;
- Dramatizações a partir da leitura de livros com personagens e histórias infantis de crianças negras, como a obra A menina do laço de fita, por exemplo;
- Desfile com personagens importantes para a história dos negros, como Nelson Mandela;
- Exposições de fotografias, de cartazes e de textos sobre a história de pessoas e comunidades de negros;
- Confecção de peças, objetos utensílios domésticos, que eram usados nos quilombos.
A celebração possibilitou às crianças que conhecessem a história dos primeiros escravos e negros, com enfoque para o papel histórico dessas pessoas na construção do Brasil. Foi ensinado aos alunos a importância dos quilombos, como sendo locais de refúgio de escravos fugidos de engenhos e de fazendas durante o período colonial e imperial e que nesses locais passavam a viver em liberdade, criando novas relações sociais.
“As escolas de Nina Rodrigues e as suas equipes de professores, de coordenadores e de gestores fizeram um trabalho rico e proveitoso sobre a consciência negra. Foram ações e atividades dinâmicas e de aprendizagem para as crianças”, diz a Secretária de Educação, Sâmara Correa de Sá.
A luta para o reconhecimento de dez comunidades que ainda não foram incluídas oficialmente como quilombolas é uma luta que continua. “Estamos reiniciando conversas com o INCRA e com a Fundação Palmares para começar esse trabalho, que é demorado, porque envolve levantamento e registro sobre a área geográfica, sobre a cultura, a descendência, os costumes e os aspectos sociais das próprias famílias. Mas estamos estimulados a fazer isso. Recentemente, abrimos estradas, instalamos o programa municipal de energia elétrica em uma dessas comunidades, a do São José dos Pretos. Isso foi um avanço enorme, dado o isolamento em que viviam", diz o prefeito Rodrigues da Iara.
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