Casamento no Hospital Macrorregional de Coroatá. (Foto: Divulgação) |
Os planos de Maria Solange da Conceição Lobão de casar em março foram interrompidos no dia 9 de fevereiro, quando ela salvou a filha de 17 anos, com deficiência intelectual, de um grave acidente, colocando a própria vida em risco. Hospitalizada e diagnosticada com tetraplegia, ela contou com a sensibilidade e mobilização da equipe de saúde do Hospital Macrorregional Alexandre Mamede Trovão, em Coroatá, para realizar o sonho.
O casamento com o agora marido Enoque Chaves Filho, de 46 anos, aconteceu nesta terça-feira (11), no próprio hospital, na presença de familiares, padrinhos, amigos, equipe médica e de enfermagem e muitos curiosos em testemunhar o amor do casal. A benção foi dada pelo pastor da igreja que o casal frequenta em Barra do Corda, onde moram, e os convidados recebidos no refeitório.
“Foi muito bom, porque tinha o sonho de casar e ter companhia. O Enoque é carinhoso. Fico tão emocionada que não tenho nem palavras para explicar”, resumiu a noiva, que teve direito a tudo que uma noiva precisa, vestido, maquiagem, penteado, buquê, alianças.
O casal já morava junto há quatro anos, mas a noiva queria ter a benção religiosa. “Era o sonho dela casar e o pessoal do hospital deu essa força. Amo demais ela. Nosso compromisso é de verdade, vou estar sempre ao lado dela”, ressaltou o noivo Enoque Chaves Filho.
Maria Solange, de 41 anos, foi atingida por um tronco de árvore ao salvar a filha, que correu em direção do local onde o marido da paciente, Enoque, cortava árvores com uma motosserra. Ela conseguiu salvar a filha, mas foi atingida em seu lugar, ficando tetraplégica. Desde então, permanece hospitalizada para estabilização e posterior cirurgia, que lhe dará melhor qualidade de vida.
O casamento foi proporcionado e organizado pela equipe do Hospital Macrorregional Alexandre Mamede Trovão, em especial pela enfermeira Luana Leal, que cuida da paciente. Ela descobriu o sonho de Maria Solange em uma conversa e decidiu buscar apoio entre os colegas, que fizeram cotas e buscaram apoio para decoração, roupas, Buffet, alianças.
“Eles estavam com o casamento marcado para março e em decorrência do acontecido não houve. Ela me contou e despertou em meu coração o desejo de realizar. Ele é muito companheiro dela. Desde que ela entrou no hospital, ele nunca abandonou. Perguntei de brincadeira se eu organizasse se ele casaria e ele disse que sim. Eu e a equipe de técnicos organizamos. Foi emocionante”, comentou Luana Leal.
O diretor administrativo do hospital, Francisco Filho, acredita que o casamento deixa evidenciado o comprometimento de todos os profissionais da unidade. “O desejo de dona Solange em casar no religioso fez com que todos nós nos mobilizássemos para realizar o seu sonho. Possuir essa sensibilidade é para quem tem amor e carinho com o ser humano. Essa doação integral e irrestrita de todos que compõem esta unidade nos orgulha”, disse.
O casamento contou com a colaboração do decorador Jarbas Almeida e do fotógrafo profissional Carlos Santos.
Entre os envolvidos do hospital estavam os técnicos de enfermagem Áurea, Jesus, Elinaldo, Paula, Lucilene, Cleidiane, Gessiane; o maqueiro Erivan; a coordenadora de enfermagem Tatiana Vasconcelos; a enfermeira Fernanda (confecção de doces); os enfermeiros Roneilvado, Jeremias e Thiago (músicos); e o diretor administrativo Francisco Filho.
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