Jair Bolsonaro. |
Brasília – O candidato a presidente Jair Bolsonaro, que foi o mais votado no primeiro turno da eleição neste domingo e fará o segundo turno com Fernando Haddad (PT), transformou seu partido, o até então nanico PSL, em uma potência parlamentar, provocando uma mudança sísmica ao passo que eleitores deram um enfático recado nas urnas contra o establishment.
O forte apoio dado a aliados de Bolsonaro nas eleições legislativas desafiou muitas previsões e sugere que Bolsonaro, até então um apagado deputado, pode ter mais facilidade para conquistar apoio a reformas econômicas duras.
O PSL ficou com 52 cadeiras na Câmara dos Deputados, de 513 assentos, ficando atrás apenas do PT, de Haddad, que teve 56 vagas. No Senado, o PSL garantiu 4 assentos. Trata-se de um crescimento explosivo para um partido que tinha apenas 8 deputados e nenhum senador antes de domingo.
“O PSL é um novo capítulo na história política do Brasil. É um grupo que abraça uma tese única de austeridade fiscal, de governo menor, de reforma da Previdência”, disse Lucas de Aragão, da consultoria Arko Advice.
Ele afirmou que o crescimento do PSL melhora as perspectivas para as reformas fiscais, mas reconheceu que elas ainda enfrentarão oposição ferrenha do PT.
Para se ter uma ideia, o MDB, do presidente Michel Temer, por décadas uma das maiores forças nos governos de coalizão de todo o espectro político, caiu para a quarta posição na Câmara, com apenas 34 cadeiras.
Vários dos principais parlamentares do MDB não conseguiram se reeleger, incluindo o presidente do Senado, Eunício Oliveira. Isso tira do caminho figuras históricas que poderiam extrair custosas concessões de um eventual governo Bolsonaro.
Os resultados enfatizam a revolta dos eleitores contra escândalos de corrupção que levaram à prisão dezenas de políticos e empresários, afetando partidos tradicionais que até então definiam o debate político.
Exame.
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