Publicação da apresentadora Fátima Bernardes. |
Imediatamente após as primeiras divulgações, os fãs começaram a expressar o que sentiam, nos mais diversos meios. A conta de Gabriel Diniz no Instagram recebeu uma enxurrada de comentários incrédulos. Desde desconhecidos até famosos manifestaram pesar. “Fala que é mentira, irmão, por favor!”, disse a dupla sertaneja Henrique e Diego. “Isso tem que ser mentira, meu Deus!”, exclamou o cantor Tony Salles. Um fã chegou a dizer que a morte dele ainda não tinha sido confirmada. “Se Deus quiser, ele ainda está vivo”, comentou o admirador.
Diante da perda de um dos mais bem sucedidos ícones da música pop brasileira na atualidade, a consternação foi geral. Mas como explicar que, mesmo sem vínculos familiares ou sem aproximação alguma, tanta gente esteja tão triste?! “Primeiramente, é preciso perceber que acidentes são sempre inesperados, portanto, somente a notícia da queda do avião, independentemente de quem estava a bordo, já causa alguma comoção. Agora, quando se junta a isso o fato de que nenhum ocupante sobreviveu, e que uma dessas vítimas estava no auge na carreira profissional, não há como não se entristecer”, explica a psicóloga Celiane Chagas, do Hapvida Saúde.
Repercussão nas redes sociais. |
A especialista também observa outro aspecto importante. Mesmo quem não ia a shows do Gabriel Diniz, de alguma forma, chegou a conhecê-lo, por meio da música mais tocada no Brasil nos últimos tempos. O nome dela? É Jeniffer! “A música alegre, pra cima, fez muita gente dançar, sorrir, brincar. Em geral, essa é a memória que a música desperta. Por isso, essa tristeza parece ser ainda mais intensa”, enfatiza Celiane.
Redes sociais
Repercussão nas redes sociais. |
Luto
O luto é um estado psíquico extremamente doloroso, associado à morte e às perdas. No entanto, por mais difícil que possa ser, é necessário “viver o luto” para não se “viver de luto”. A psicóloga Carmen Campos, coordenadora do curso de Psicologia da Estácio São Luís, fala que é imprescindível passar por todas as fases desse processo para que se atinja a superação. O contrário pode provocar o “luto patológico”, que é causa frequente de graves doenças psicológicas, como depressão, transtornos de ansiedade e outras patologias.
Em geral, a vivência do luto se dá em cinco fases. A primeira fase pode ser reconhecida com base em reações e frases como “eu estou bem”, “não preciso de ajuda”. Em um segundo momento, aparecem a negação e raiva, bem percebidas em colocações como “isso não é justo comigo”, “por que Deus fez isso comigo?”.
A terceira fase, de acordo com a psicóloga, é a da barganha, quando as pessoas enlutadas querem fazer uma negociação do tipo “Eu faria qualquer coisa para ter ele(a) de volta”. Nesse caso, tem pessoas que recorrem à espiritualidade e se aproximam de determinadas religiões para tentar amenizar a saudade e também a dificuldade de lidar com a perda.
Mais à frente, aparece a fase depressiva, em que a pessoa se nega a sair de casa e acredita que a dor que sente não vai passar. “Essa é a fase em que a pessoa está se despedindo do luto, quando começa a entender que é um sofrimento, mas que precisa sair do fundo do poço e que, para isso, só depende dela”, explica a especialista.
A última etapa é a mais importante e a mais demorada. Essa é a fase da aceitação, que pode ser bastante prolongada para algumas pessoas. Também conhecida como a fase da conformidade, esse momento é reconhecido quando as pessoas começam a dizer, por exemplo, que a morte trouxe a paz para quem partiu e para quem ficou.
“Aceitar o luto sempre vai ser o melhor caminho, porque quando as pessoas o negam, elas enclausuram o próprio sofrimento, fazem com que aquilo fique muito mais aparente”, defende a professora Carmen, ao lembrar que vai chegar um momento em que a saudade não vai doer mais, será considerada leve, e só trará boas memórias... Assim como as que surgem quando se escuta que “o nome dela é Jenifer”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário