Janaína era estudante de jornalismo. |
Um laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal de Teresina (IML) confirmou violência sexual contra a jovem Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, que morreu após calourada na Universidade Federal do Piauí na madrugada de sábado (28). Segundo o coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, conhecido como Barêtta, a vítima também teve o pescoço quebrado. Janaína era estudante do curso de Jornalismo da UFPI. Ela ingressou na instituição no período 2020.2.
Em nota, o IML confirmou que a causa da morte aponta para trauma raquimedular por ação contundente, isto é, uma contusão na coluna vertebral a nível cervical, que provocou lesão da medula espinhal e morte. O órgão reforçou que a ação contundente pode ter sido causada "por pancada, torcendo a coluna vertebral ou traumatizando, ação das mãos no pescoço com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta, dentre outras possibilidades que estão sendo analisadas junto às investigações do caso".
Ao g1, o delegado informou que, conforme médica legista, Janaína chegou morta ao Hospital da Primavera, localizado na Zona Norte de Teresina. Ela apresentava lesões no rosto e em diversas regiões do corpo. De acordo com Barêtta, a jovem foi violentada em uma sala do Programa de Pós-Graduação em Matemática, no Centro de Ciências da Natureza (CCN) da UFPI. No local, foram encontrados uma mesa e um colchão com vestígios de sangue. Os materiais foram apreendidos.
O jovem Thiago Mayson da Silva Barbosa, também estudante da UFPI, foi detido suspeito do crime. Conforme o delegado, o rapaz relatou que Janaína passou mal durante uma relação sexual consensual. "O que sabemos é que um vigilante da instituição avistou o rapaz saindo da sala, com a moça nos braços. O vigilante viu as roupas do rapaz sujas de sangue, disse 'ei, o que tá acontecendo aí?' e o rapaz disse 'minha amiga passou mal, tô levando pro hospital'. O vigilante então deteve ele, chamou reforço e, de carro, foi com os dois até o hospital", contou.
"Esse rapaz relatou que teve relações sexuais consensuais com a vítima duas vezes. Disse que na terceira vez, ela desmaiou. Ele pensou que fosse normal e dormiu depois. Disse que quando acordou, tentou prestar o socorro. Mas estamos investigando o contato dele com uma pessoa. Pode ser que ao sair da sala, ele não estivesse indo ao hospital. Acho que ele sabia que ela estava morta e pode ter entrado em contato com alguém pra pedir ajuda pra descartar o corpo", completou o delegado. "Os ferimentos indicam um homicídio qualificado, um crime hediondo, em que o feminicídio pode ser apenas uma das qualificadoras", concluiu Barêtta.
Do G1 PI.
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