terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Reação a vandalismo fortalece Lula, mas pressão aumenta sobre Dino e Múcio

Flávio Dino.
A tentativa de insurreição promovida por bolsonaristas radicais que depredaram as sedes dos Três Poderes no último domingo (08) provocou reação mundial de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Recém-empossado, o petista também conseguiu unir autoridades e lideranças de todo o país em torno da defesa da democracia e, segundo especialistas ouvidos pelo Metrópoles, está saindo fortalecido do episódio, enquanto a oposição à direita está fragilizada e dividida.

Nem tudo, no entanto, são ganhos para o presidente, porque a resistência violenta a seu governo e o terrorismo de extrema direita se mostram ameaças maiores do que se previa inicialmente, avaliam os mesmos especialistas.

Esse cenário coloca sob intensa pressão os dois ministros de Lula diretamente responsáveis por lidar com ameaças violentas vindas de bolsonaristas que não aceitam o resultado da eleição: Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, e José Múcio, da Defesa.

Para o cientista político Francisco Fonseca, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), os apoios que Lula está recebendo o fortalecem politicamente, mas, em termos de governo, áreas centrais se mostraram fragilizadas: justamente a segurança e a defesa.

“O ministro Dino mostrou, em postagens e falas antes do ataque a Brasília, que tinha informações sobre o perigo em potencial, mas mesmo assim foi pego no contrapé”, afirma o especialista. “A disposição, ou falta dela, de Ibaneis [governador afastado do DF] não era novidade para o governo federal. Também já se sabia quem é Anderson Torres [ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF], bem como da posição política da polícia de Brasília. Mesmo assim se ficou só no discurso”, completou Fonseca, que faz críticas mais duras ao ministro da Defesa.

“Não dá para negar que seja um tema complexo, mas não se viu um esforço profundo do ministro Múcio para desmontar o acampamento de radicais em frente ao QG do Exército em Brasília, que já havia causado problemas. Pelo contrário, ele preferiu esperar que os atos se desfizessem por si próprios, o que não aconteceu. E, mesmo após os atos terroristas, houve o episódio do Exército fazendo barreira para impedir a PM já sob intervenção federal de desmontar o acampamento. Onde estava Múcio, que não determinando ao comandante do Exército que cumprisse a ordem que também já tinha vindo do Supremo Tribunal Federal?”, questionou o cientista político. “Enfim, ficam muitas dúvidas sobre se Múcio ainda tem condições de seguir ministro da Defesa”, completa o especialista.

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Do Metrópoles.

Um comentário:

  1. Dino tirou o dele da reta , e deixou o governador do df se f...

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