quarta-feira, 13 de março de 2024

Professora agredida por PM da Rotam relata medo, omissão e diz que quer medida protetiva

Mulher agredida por PM.
Revoltada, humilhada e exposta. Este é o sentimento da professora agredida com um soco no rosto, desferido por um policial militar da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam). O caso aconteceu no dia 7 de março, durante uma abordagem no bairro Cruzeiro de Santa Bárbara, e devido à brutalidade, ganhou repercussão nacional (relembre).

Emocionalmente abalada, a professora falou com o Difusora ON, mas pediu para não ser identificada por medo de represálias dos policiais. Ela contou com detalhes o que aconteceu na noite da agressão. “Eu, meu marido e mais três vizinhos, estávamos vindo de uma pescaria e fomos abordados pela polícia a 100m de nossa casa. Fomos abordados pela polícia e eu fui ver o que estava acontecendo com o meu marido. Decidi pegar o celular para gravar e fui agredida com um empurrão, um tapa no ouvido e um soco na boca”.

A professora afirmou que temeu pela vida do seu vizinho após a agressão que ela sofreu. Segundo ela, o policial chegou a dar um tiro de fuzil para o chão durante a ocorrência, próximo a várias residências. “Depois que eu fui agredida, meu vizinho tentou me defender, mas acabou levando três tapas e na sequência o policial deu um tiro para o chão, muito perto do meu vizinho”.

Após as agressões, a professora registrou um Boletim de Ocorrência e realizou o exame de corpo de delito. Agora, aguarda o prazo estabelecido pela Polícia Civil para receber o resultado da perícia. “Eu fui ao Plantão Central, na cidade Operária e fiz um Boletim de Ocorrência. Estou agora esperando o resultado do exame de corpo de delito. O delegado me deu um prazo de 10 dias para receber o documento. Segunda-feira (11), eu fui novamente a delegacia e continuarei indo atrás dos meus direitos”.


A professora mostrou indignação com os outros dois policiais envolvidos na abordagem. Para ela, eles foram omissos. “Eles foram omissos! Eu fui agredida e eles não fizeram nada. Eles deveriam ser punidos por omissão”.

Medo constante

A vítima estava há 15 dias dando aulas em uma escola comunitária, porém, acabou saindo do novo emprego após as agressões e a repercussão do caso. “Eu não estou em condições de trabalhar e tive que me afastar. Eu recebi um encaminhamento para um psicólogo e vou entrar com uma medida preventiva, pois eu estou com medo desse policial”.

Ela destacou que esperará o resultado do corpo de delito e depois poderá entrar com uma ação contra o estado. Segundo a professora, os policiais não apresentaram em nenhum momento um preparo adequado na abordagem. “Eu estou revoltada! São homens que deveriam proteger e trazer segurança. Aqueles lá não são policiais preparados e não merecem usar aquela farda. Eu não desejo que nenhuma mulher passe pelo que eu passei. Em fé em Deus eu desejo isso”, disse a educadora ao fim da entrevista.

O que diz a SSP

Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública disse estar apurando os fatos e providências legais estão sendo tomadas. A SSP pontuou ainda que o policial que a agrediu e os demais policiais foram afastados das funções de rua até a conclusão do processo interno. A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão destaca que a Policia Militar do Maranhão ressaltou que preserva a vida e preza pelo respeito aos direitos humanos, e que não compactua com conduta ilegal dos polícias.

Do Portal Difusora ON.

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