Por Blog do Alpanir Mesquita.
Na segunda edição da coluna "Vargem Grande de Ontem", que irá ao ar na manhã de todos os domingos e que foi idealizada pelo Titular do Blog, voltamos ao início da década de 60, mais precisamente ao ano de 1967, quando chegaram a nossa cidade as Irmãs Doroteia Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria. Elas também são conhecidas como Irmãs Farina, uma menção ao Pai fundador dessa congregação.
A chegada das quatro irmãs italianas, Anna Lúcia Puschiavo, Donata Azzini, Alfonsina Piacente e Amábile Loro no dia 02 em fevereiro de 1967, foi motivo de festa, esperança e muita curiosidade.
Ao longo destas cinco décadas as irmãs Farina iniciaram um intensivo trabalho no campo religioso, que se estendeu para o campo social, educativo e assistencial com o objetivo de superação das condições de extrema pobreza que o município se encontrava. Elas criaram a Escola São José Operário e mais recentemente, apoiaram a criação da escola D. João Antônio Farina, de nível Médio em parceria com a associação de pais. Também construíram o Ambulatório e Laboratório santa Maria Bertilla. Tanto na educação escolar quanto na preparação religiosa e na área da saúde, elas foram pioneiras na formação de professores, catequistas e enfermeiras. Possuem uma obra de valor evangelizador, emocional e educativo que ajudou muitas famílias.
RELATO HISTÓRICO.
O município de Vargem Grande comemora durante todo este ano de 2017 o 50º aniversário da chegada ao Brasil da obra missionária católica das Irmãs Doroteia Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria.
As primeiras religiosas italianas foram as Irmãs Anna Lúcia Puschiavo, Donata Azzini, Alfonsina Piacente e Amábile Loro. As três primeiras viajaram diretamente da Itália para o Rio de Janeiro e de lá para São Luís. A Ir. Amábile Loro veio do Equador, onde já estava em missão havia dois anos e falava espanhol. A chegada delas à cidade, no final da tarde do dia 02 de fevereiro de 1967, acompanhadas pelo bispo de São Luís, D. João José da Mota e Albuquerque (D. Mota), foi recepcionada pelo Padre Carvalho com festa e muita expectativa e curiosidade por parte da comunidade católica local. Primeiro, porque as irmãs usavam o hábito de cor preta, depois substituído pela cor branca. Segundo, porque falavam italiano e pronunciavam apenas algumas palavras em língua portuguesa.
Logo que se estabeleceram em uma pequena casa muito modesta, onde hoje se encontra “a casa das irmãs”, como é popularmente conhecida, iniciaram um intensivo trabalho no campo religioso, que se estendeu para o campo social, educativo e assistencial com o objetivo de superação das condições de extrema pobreza que o município se encontrava.
Uma das primeiras iniciativas da irmã superiora Anna Lúcia Puschiavo foi a instalação de um ambulatório para atender as pessoas carentes. Depois as irmãs perceberam que os problemas de saúde precisavam de iniciativas mais consistentes, necessitando de remédios e equipamentos. Assim, organizaram um curso de enfermagem para jovens, que preparou as primeiras enfermeiras habilitadas no município. E posteriormente, na área de saúde, construíram um ambulatório e laboratório, o Santa Maria Bertilla, para cuidar das crianças, idosos e dos enfermos, assumindo, desta forma, o papel do poder público quando este se mostrava ineficiente ou ausente.
As irmãs Doroteia construíram escolas para cuidar da educação das crianças e dos jovens, pois identificaram que além dos cuidados com a saúde e alimentação adequada, elas necessitavam de educação escolar. Muitas morriam antes de completar o primeiro ciclo de vida e somente uma pequena parcela iniciava a escolarização e a alfabetização na idade regular. Assim, a Escola São José Operário I e II, respectivamente séries iniciais e finais do Ensino Fundamental se tornou referência pela gestão e formação dos professores, e ainda pelo atendimento gratuito e de qualidade. A Congregação Farina também apoiou a criação da escola D. João Antônio Farina, de nível Médio, em parceria com a associação de pais e alunos, como forma de oferecer uma alternativa para que seus filhos completassem a educação básica no próprio município, sem ter que se deslocar para a capital, São Luís, afastando-se precocemente do convívio familiar.
Na área da educação muitas missionárias deram contribuição decisiva e são lembradas com carinho pelo serviço religioso ou pelo apoio educativo e assistencial. A irmã Inês Sanchez, que é equatoriana da origem, foi Secretária Municipal de Educação no período de 1997 a 2003, período no qual o município ganhou visibilidade nacional e destaque da revista Nova Escola, uma publicação especializada em educação. Recebeu também a presença da secretária de Ensino Fundamental do Ministério da Educação (MEC), na época a senhora Iara Prado, e se tornou polo de importantes projetos educativos, reunindo os municípios vizinhos. Destacaram-se especialmente na área de formação de professores, apoiando a criação de experiências similares em São Benedito do Rio Preto, Coelho Neto, Santa Inês, São Luís e muitos outros.
Os primeiros cursos de formação superior, fruto de convênio com o Centro Federal de Educação Tecnológica, CEFET (hoje IFMA), para o curso de Licenciatura em Matemática, e com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), para a formação em Pedagogia, tornou realidade a iniciativa de Irmã Inês que teve o acolhimento de Drª Ana Maria Nascimento (1952-2002), então Prefeita Municipal. Desta forma, Vargem Grande foi município pioneiro na formação inicial e continuada de professores no Maranhão, por meio dos programas Parâmetros Curriculares em Ação (PCN), Formação de Professores em Serviço (PROFORMACAO) e Programa Professores Alfabetizadores (PROFA). Foi ainda durante a gestão de Irmã Inês a compra e restauração de dois prédios: um que abriga a Secretaria de Educação em sede própria e outro, o Centro de Formação de Professores Elizabeth Fricke.
A Ir. Amábile Loro foi forte incentivadora de investimentos agrícolas e do desenvolvimento comunitário. Ela foi também pioneira no apoio às lideranças comunitárias na zona rural, incentivando a produção de alimentos, o empreendedorismo, a superação da pobreza e a autogestão comunitária. A congregação apoiou a criação de cooperativas e a organização sindical dos trabalhadores rurais. Ao mesmo tempo, foi forte incentivadora para que a população exigisse de seus dirigentes políticos e cobrassem deles que desempenhassem a sua função, constituindo políticas eficientes e contribuindo para a evolução política e administrativa do município.
Junto à paróquia de São Sebastião, as irmãs Farina realizaram um trabalho apostólico de catequese e assistência às atividades pastorais, por meio das quais fomentaram vocações religiosas e orientaram jovens que optaram por outras congregações ou seguiram a vida como leigos. Também incentivaram e apoiaram as famílias e os jovens, para que estes prosseguissem os estudos e se desenvolvessem profissionalmente.
Tanto na educação escolar quanto na preparação religiosa e espiritual, quanto na área da saúde elas foram pioneiras na formação de professores, catequistas e enfermeiras.
A obra missionária Farina contribuiu para o desenvolvimento da cidade de Vargem Grande em todos os aspectos. A Irmã Donata Azzini, uma das primeiras catequistas, segue firme animando fé religiosa e incentivando os jovens ao caminho do amor em Cristo.
A professora Ana Socorro Ramos Braga está realizando uma pesquisa para publicação de um livro que tem o objetivo de reconstruir a história do município nos últimos cinquenta anos pelo por meio da Missão Farina, que se estendeu a outros estados. Esta é uma oportunidade para que todos possam contribuir nesta iniciativa que nasceu do desejo das irmãs Doroteia de contar a sua história no Brasil com o olhares votados para o futuro na formação das próximas gerações.
RELATO HISTÓRICO.
O município de Vargem Grande comemora durante todo este ano de 2017 o 50º aniversário da chegada ao Brasil da obra missionária católica das Irmãs Doroteia Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria.
As primeiras religiosas italianas foram as Irmãs Anna Lúcia Puschiavo, Donata Azzini, Alfonsina Piacente e Amábile Loro. As três primeiras viajaram diretamente da Itália para o Rio de Janeiro e de lá para São Luís. A Ir. Amábile Loro veio do Equador, onde já estava em missão havia dois anos e falava espanhol. A chegada delas à cidade, no final da tarde do dia 02 de fevereiro de 1967, acompanhadas pelo bispo de São Luís, D. João José da Mota e Albuquerque (D. Mota), foi recepcionada pelo Padre Carvalho com festa e muita expectativa e curiosidade por parte da comunidade católica local. Primeiro, porque as irmãs usavam o hábito de cor preta, depois substituído pela cor branca. Segundo, porque falavam italiano e pronunciavam apenas algumas palavras em língua portuguesa.
Logo que se estabeleceram em uma pequena casa muito modesta, onde hoje se encontra “a casa das irmãs”, como é popularmente conhecida, iniciaram um intensivo trabalho no campo religioso, que se estendeu para o campo social, educativo e assistencial com o objetivo de superação das condições de extrema pobreza que o município se encontrava.
Uma das primeiras iniciativas da irmã superiora Anna Lúcia Puschiavo foi a instalação de um ambulatório para atender as pessoas carentes. Depois as irmãs perceberam que os problemas de saúde precisavam de iniciativas mais consistentes, necessitando de remédios e equipamentos. Assim, organizaram um curso de enfermagem para jovens, que preparou as primeiras enfermeiras habilitadas no município. E posteriormente, na área de saúde, construíram um ambulatório e laboratório, o Santa Maria Bertilla, para cuidar das crianças, idosos e dos enfermos, assumindo, desta forma, o papel do poder público quando este se mostrava ineficiente ou ausente.
As irmãs Doroteia construíram escolas para cuidar da educação das crianças e dos jovens, pois identificaram que além dos cuidados com a saúde e alimentação adequada, elas necessitavam de educação escolar. Muitas morriam antes de completar o primeiro ciclo de vida e somente uma pequena parcela iniciava a escolarização e a alfabetização na idade regular. Assim, a Escola São José Operário I e II, respectivamente séries iniciais e finais do Ensino Fundamental se tornou referência pela gestão e formação dos professores, e ainda pelo atendimento gratuito e de qualidade. A Congregação Farina também apoiou a criação da escola D. João Antônio Farina, de nível Médio, em parceria com a associação de pais e alunos, como forma de oferecer uma alternativa para que seus filhos completassem a educação básica no próprio município, sem ter que se deslocar para a capital, São Luís, afastando-se precocemente do convívio familiar.
Na área da educação muitas missionárias deram contribuição decisiva e são lembradas com carinho pelo serviço religioso ou pelo apoio educativo e assistencial. A irmã Inês Sanchez, que é equatoriana da origem, foi Secretária Municipal de Educação no período de 1997 a 2003, período no qual o município ganhou visibilidade nacional e destaque da revista Nova Escola, uma publicação especializada em educação. Recebeu também a presença da secretária de Ensino Fundamental do Ministério da Educação (MEC), na época a senhora Iara Prado, e se tornou polo de importantes projetos educativos, reunindo os municípios vizinhos. Destacaram-se especialmente na área de formação de professores, apoiando a criação de experiências similares em São Benedito do Rio Preto, Coelho Neto, Santa Inês, São Luís e muitos outros.
Os primeiros cursos de formação superior, fruto de convênio com o Centro Federal de Educação Tecnológica, CEFET (hoje IFMA), para o curso de Licenciatura em Matemática, e com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), para a formação em Pedagogia, tornou realidade a iniciativa de Irmã Inês que teve o acolhimento de Drª Ana Maria Nascimento (1952-2002), então Prefeita Municipal. Desta forma, Vargem Grande foi município pioneiro na formação inicial e continuada de professores no Maranhão, por meio dos programas Parâmetros Curriculares em Ação (PCN), Formação de Professores em Serviço (PROFORMACAO) e Programa Professores Alfabetizadores (PROFA). Foi ainda durante a gestão de Irmã Inês a compra e restauração de dois prédios: um que abriga a Secretaria de Educação em sede própria e outro, o Centro de Formação de Professores Elizabeth Fricke.
A Ir. Amábile Loro foi forte incentivadora de investimentos agrícolas e do desenvolvimento comunitário. Ela foi também pioneira no apoio às lideranças comunitárias na zona rural, incentivando a produção de alimentos, o empreendedorismo, a superação da pobreza e a autogestão comunitária. A congregação apoiou a criação de cooperativas e a organização sindical dos trabalhadores rurais. Ao mesmo tempo, foi forte incentivadora para que a população exigisse de seus dirigentes políticos e cobrassem deles que desempenhassem a sua função, constituindo políticas eficientes e contribuindo para a evolução política e administrativa do município.
Junto à paróquia de São Sebastião, as irmãs Farina realizaram um trabalho apostólico de catequese e assistência às atividades pastorais, por meio das quais fomentaram vocações religiosas e orientaram jovens que optaram por outras congregações ou seguiram a vida como leigos. Também incentivaram e apoiaram as famílias e os jovens, para que estes prosseguissem os estudos e se desenvolvessem profissionalmente.
Tanto na educação escolar quanto na preparação religiosa e espiritual, quanto na área da saúde elas foram pioneiras na formação de professores, catequistas e enfermeiras.
A obra missionária Farina contribuiu para o desenvolvimento da cidade de Vargem Grande em todos os aspectos. A Irmã Donata Azzini, uma das primeiras catequistas, segue firme animando fé religiosa e incentivando os jovens ao caminho do amor em Cristo.
A professora Ana Socorro Ramos Braga está realizando uma pesquisa para publicação de um livro que tem o objetivo de reconstruir a história do município nos últimos cinquenta anos pelo por meio da Missão Farina, que se estendeu a outros estados. Esta é uma oportunidade para que todos possam contribuir nesta iniciativa que nasceu do desejo das irmãs Doroteia de contar a sua história no Brasil com o olhares votados para o futuro na formação das próximas gerações.
Tem também a irmã Camila que era uma ótima enfermeira e caridosa não esqueça ela também faz parte da nossa história ok
ResponderExcluirTem também a irmã Camila que era uma ótima enfermeira e caridosa
ResponderExcluirTem a irmã Camila que era uma ótima enfermeira e caridosa não esqueça ela também faz parte da nossa história ok
ResponderExcluirEla não foi esquecida. Basta ler a legenda da última foto. Obrigado.
ExcluirFui criada em Vargem grande, a irmã q marcou minha vida foi a irmã Pia. Amava aquele jeito meigo e carinhoso, uma infância pobre em todos os aspectos porém elas nos davam um conforto diante de tudo q passávamos.
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