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terça-feira, 29 de novembro de 2022

Vargem Grande: Homenagem do Prefeito Carlinhos Barros à Irmã Camilla

Nota de Pesar.
Por Blog do Alpanir Mesquita.

O prefeito de Vargem Grande Carlinhos Barros utilizou suas redes sociais para homenagear Irmã Camilla Bizzotto pela relevante contribuição dada por ela à sociedade vargem-grande ao longo de décadas, tanto no campo religioso, como nas áreas da saúde e da educação. Ela faleceu nesta segunda-feira (28), na Itália, sua terra natal (saiba mais).

"Ir. Camilla, uma italiana de alma vargem-grandense. Saudades eternas e o nosso muito obrigado por tanto amor dedicado ao povo de Vargem Grande! Uma homenagem do prefeito Carlinhos Barros!", disse o prefeito.

Confira a homenagem na íntegra:

O Adeus dos vargem-grandenses à Irmã Camilla Bizzotto (Por Ana Socorro Ramos Braga)

Irmã Camilla Bizzotto realizando atendimento ambulatorial.
O texto que apresento em seguida é de autoria coletiva. Foi elaborado por muitas mãos, inclusive as de Dr. Ana Maria Nascimento. Mas também as de José de Fátima (1953-2019), jornalista, editor da publicação local A Folha do Iguará, a quem consultei à época sobre a autoria recebendo dele resposta negativa. Por isso, acredito que, dentre outras e por causa do estilo, tenha a colaboração das irmãs de congregação, especialmente Ir. Donata Azzini, única das missionarias pioneiras ainda entre nós. Eu fiz algumas alterações no texto visando a sua atualização, bem como organizei as datas e a grafia correta dos lugares e pesquisei sobre os dados relacionados a Irmã Camilla, buscando concretizar uma primeira biografia. Nesta caminhada, tive a ajuda de Ir. Luciana Tognon, que me enviou algumas informações por e-mail, traduzidas do italiano, bem como de Nini Barros, Nazaré Abreu e todas as pessoas a quem entrevistei para pesquisa para escrita comemorativa do cinquentenário da Missão de São João Antônio Farina no Brasil.

Penso que sua primeira versão é bem anterior àquela que foi escrita por ocasião da inauguração do Centro de Referência da Criança de Vargem Grande, em 2001, por Drª Ana Maria Nascimento, então Prefeita Municipal. O prédio e a filosofia de atendimento e cuidado com a infância, bem como a atenção pré-natal, estão baseados nos ensinamentos de Irmã Camilla, que foi pioneira neste atendimento em Vargem Grande, muito antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Daí a escolha de seu nome por Drª Ana, de quem tornou-se grande amiga e confidente. Irmã Camilla também dá nome ao auditório do Ambulatório Santa Maria Bertilla, mais conhecido como ambulatório das Irmãs, bem como a muitas Camillas e Bertillas nascidas no município, isso porque o trabalho da Congregação das Filhas de São João Antônio Farina é forte referência de saúde, educação e evangelização no município de Vargem Grande e região.

Desta maneira, com um texto aberto e de muitas vozes e mãos, penso que cada um pode também se reconhecer nesta homenagem à inesquecível Irmã Camilla, conversando sobre o que vivenciou e proclamando seu trabalho e sua fé para que sejam vividas e multiplicadas pelas novas gerações.

Outras informações podem ser obtidas no livro A Missão de São João Antônio Farina no Brasil (2019), de minha autoria, disponível na secretaria da Paróquia de São Sebastião ou diretamente no Instituto Farina do Brasil.

UNA ITALIANA-BRASILEIRA OU UNA VARGEM-GRANDENSE NASCIDA EM CITTADELLA?

No ano de 1931, precisamente, em 9 de novembro, a casa de Celeste Bizzotto e Pia Parolin - localizada na Via Ca’. Moro, Padova, na comuna de Cittadella, na região do Vêneto - transbordava de alegria pelo nascimento da pequena Augusta, uma menina de pele branca e de olhos azuis, muito querida e amada por todos. Na República Democrática Italiana, a comuna é a unidade básica de organização territorial, equivalente ao município no Brasil.

A família de Augusta era de pessoas humildes, pobres, mas ricas de esperança de um futuro promissor para seus oito filhos, quatro meninos e quatro meninas.

Quando completou a idade escolar, o senhor Celeste Bizzotto e sua senhora Pia matricularam a pequena Augusta na escola primária para que aprendesse as primeiras sílabas, os elementos essenciais da leitura e da escrita. Ainda pré-adolescente, Augusta percebe a necessidade de ajudar os seus pais e aos 10 anos começou a trabalhar como aprendiz tecelã em Postioma, povoado pertinho de Cittadella, onde permaneceu até os 17 anos de idade. 

Aos 24 anos, exatamente no dia 16 de abril de 1955, respondendo ao chamado de Deus na sua vida, Augusta fez o pedido para entrar no postulantado das Irmãs Mestras de Santa Doroteia Filhas dos Sagrados Corações, em Vicenza. Em sua formação religiosa, trabalhou no hospital psiquiátrico da comuna de Marostica, e depois no Hospital de Vicenza como enfermeira geral, que equivale aqui no Brasil a técnico de enfermagem.

No dia 24 de outubro de 1957, fez a primeira profissão religiosa e recebeu o nome de irmã Camilla. Logo depois foi enviada ao Hospital Civil Santa Maria dei Battuti, em Treviso, para iniciar o curso de enfermeira profissional. Naquele hospital, tinha trabalhado a Santa Maria Bertilla, sua co-irmã na Congregação das Mestras de Santa Doroteia, Filhas dos Sagrados Corações. Isto teria sido uma coincidência ou uma nova oportunidade para Ir. Camilla concretizar seu sonho de dedicar sua vida a serviço dos sofredores. Graças a sua grande habilidade em lidar com os doentes e a sua capacidade intelectual e de enfermagem, é nominada a participar de um curso de formação profissional para obter a habilitação como enfermeira-chefe.

O ano de 1961 foi um ano especial para irmã Camilla. Especial porque deixou o seu serviço no hospital e retornou à Casa Madre da Congregação, em Vicenza, para se preparar com discernimento sobre o significado definitivo de sua vida: a profissão perpétua. O seu “Sim” para seguir Jesus para sempre!
Inauguração do CEAC, em 2001.
Após a celebração do “Sim” perpétuo, irmã Camilla retornou ao Hospital Civil Santa Maria dei Battuti de Treviso e foi destinada a prestar serviço como enfermeira no departamento de geriatria, onde permaneceu por dez anos consecutivos. 

Em 1970, o Senhor lhe fez uma segunda chamada: “a vocação missionária!”. Chamou-a para uma missão Ad Gentes – decreto conciliar que trata da atividade missionária da igreja católica, reconhecendo e reafirmando que a Igreja de Jesus Cristo tem uma natureza missionária, assim como o próprio Jesus assim convocou: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!” (Mc 16,15). 

Irmã Camilla partiu de sua terra com a prontidão que sempre a caracterizou quando alguém precisava da sua ajuda. Ao embarcar para o Brasil, ela deixando para trás a sua família e os amigos, mas ficou feliz porque estava consciente do valor da nova missão que Deus lhe reservara em solo brasileiro. Depois de longa viagem, ela chegou ao seu destino, a cidade de Vargem Grande, no estado do Maranhão no dia 8 de julho de 1971.

Inicialmente a missão de Ir. Camilla foi difícil, pois deveria substituir irmã Alfonsina Piacente, uma das pioneiras da missão das Filhas de São João Antônio Farina no Brasil, muito querida e amada pelo trabalho realizado desde 1967. Foi um grande desafio para esta jovem irmã, mas ela em nenhum momento mostrou preocupação ou medo. Estava consciente das suas capacidades e habilidades, e todos sabiam o quanto era tenaz no seu trabalho.

Antes de tudo, procurou conhecer o povo para poder iniciar literalmente o seu serviço de doação e de caridade, colocando em prática tudo o que ela tinha aprendido nos vários anos de estudos e de prática profissional. Aos seus lindos olhos azuis não escapava nada, e muito menos a grande carência de afeto desses irmãos necessitados não só de saúde, mas inclusive de amor, de compaixão, de compreensão e de proximidade. Ela era uma irmã de língua diferente, um olhar distante, mas sempre atenta aos problemas que a rodeavam. 

Em Vargem Grande, Ir. Camilla teve a oportunidade de encontrar e orientar médicos recentemente formados, tais como Euzébio Napoleão Mendonça, Miguel Rodrigues Fernandes, Artur Messias Filho e Kerly Magalhães Selares, dentre muitos outros. Ela os incentivou e com ele fez parceria que trouxe enormes benefícios de saúde, ampliando o atendimento tanto na sede quanto na zona rural. 

Quem ajudava no trabalho de irmã Camilla era as enfermeiras que vinham sendo preparadas no próprio ambulatório: Maria das Dores Silva Rodrigues, Isaura Gonçalves Barbosa, Maria de Lourdes Ribeiro da Costa, Maria das Graças Almeida Monteiro, Lucia Silva de Aguiar, Rosa Viana, Maria das Graças Silva Rodrigues e Maria do Socorro Botelho, são alguns nomes dentre muitas que se formaram pelas mãos conscientes e disciplinadas das irmãs. As duas últimas mencionadas, inclusive, observavam com grande interesse todos os ensinamentos e atitudes de Ir. Camilla, ao ponto de despertar nelas a vocação religiosa, ingressando para a Congregação das Irmãs Mestras de Santa Doroteia Filhas dos Sagrados Corações. 

Além das mencionadas, Ir. Camilla teve como auxiliar de enfermagem, Luiza Vânia Barbosa, que depois de ter trabalhado com ela durante vários anos, passou para outra função de apoio: providenciar e distribuir gratuitamente os medicamentos para as pessoas carentes que Ir. Camilla consultava nas desobrigas e/ou a domicílio, ou no Ambulatório Santa Maria Bertilla. 
Isaura Gonçalves Barbosa no Ambulatório Santa Maria Bertilla.
Muitos de nós vargem-grandenses não sabemos o que esta irmã sofreu devido à falta de recursos financeiros, por não conseguir aliviar um pouco o sofrimento ou tratar as doenças dos pacientes que a procuravam. O Ambulatório Santa Maria Bertilla foi construído e equipado com camas, inicialmente reservadas para emergências de mulheres grávidas, mas atendiam quaisquer outras necessidades de urgência. Mas como tudo era urgente, essas camas estavam sempre ocupadas. No entanto, se chegava um paciente que precisava de socorro, ela sempre encontrava um modo de oferecer-lhe o atendimento necessário.

Quantas vidas salvas, e quantas novas vidas recém-nascidas foram recebidos por aquelas mãos?! E ela, com sua grande experiência e determinação profissional, procurava de todos os modos restituir a alegria e a esperança de recuperação.

Quantas vezes a irmã Camilla ouviu o grito de desespero de pessoas que se apresentavam no Ambulatório (ou na casa das irmãs) em busca de ajuda?! Com calma e o equilíbrio diante das situações mais desesperadoras, ela, então, convencia os pacientes e seus familiares de que apesar da situação difícil era necessário ter fé em Deus e muita confiança na Virgem Maria, pois tudo se resolveria bem, segundo o plano de Deus Pai.  E isto se verificava em seguida com a melhoria e cura.

Irmã Camilla sempre se sentiu guiada e protegida pela presença do Espírito Santo. Sua força e seu grande espírito de fé irrompiam a mente e o espírito, substituindo o medo, a dúvida e a incerteza. De acordo com o jornalista José de Fátima, todos nós pensávamos que Ir. Camilla era só nossa, mas no dia 22 de março de 1987 ela foi enviada para mais um serviço missionário no estado do Pará, no município de Igarapé-Açu. Também ali atendeu os doentes, os pobres, às crianças, os idosos e sofredores. Nesta missão, ela permanecera até o dia 8 de dezembro de 1992, quando retorna para Vargem Grande, trazendo consigo grande alegria.

Em 1° de abril de 2003, Irmã Camilla voltou para sua terra natal, a Itália, reconhecendo que não terá mais saúde para continuar sua Missão e que estava sobrecarregando Irmã Luciana Tognon que assumia suas funções sempre que necessário. Para Irmã Luciana, Ir. Camilla, “Nunca deixava que alguém passasse sem se interessar pela sua saúde física, mas também revelava preocupação em relação à vida espiritual, e convidava a refletir, a pensar e a não esquecer que ele/ela é filho/filha de Deus”.

À época, sobre a data de seu retorno, o jornalista José de Fátima escreveu: No Brasil, todo mundo sabe que no dia 1° de abril é conhecido como o “dia da mentira”... Portanto, sentindo falar que a Irmã Camilla havia retornado para a Itália o 1° de Abril de 2003, nós não acreditamos, de fato, tínhamos a certeza, que sua partida era uma mentira, que era uma brincadeira tudo o que se ouvia do povo: Irmã Camilla nos deixou! Irmã Camilla nos deixou!

Em 2009, Irmã Camilla retornou a Vargem Grande para uma visita. Na ocasião, cercada de amor e gratidão, toda a cidade ficou feliz e José de Fátima escreveu: Obrigada, Irmã Camilla e obrigada ao Bom Deus que lhe concedeu um pouco de saúde para enfrentar esta longa viagem e de saudar ainda uma vez todos aqueles que receberam seu carinho, acolhida, compaixão, formação humana-cristã e religiosa, atenção e preocupação pela saúde do corpo e do espírito e sobretudo porque foram contaminados pelo teu compreensivo e materno sorriso!!!

Eu retomo essas palavras para dizer que hoje, mais uma vez, elas reverberam cheias de saudade em cada um de nós: Irmã Camilla nos deixou! 

E ainda nas palavras de José de Fátima, que faleceu prematuramente em 2019, agradecemos: Obrigado por tudo!  Obrigado Ir. Camilla! Adeus!  És no coração de todos nós habitantes de Vargem Grande!!!!! De um Vargengrandense que te considerou sempre como uma mãe, uma irmã e uma grande Amiga, mesmo se às vezes te fez sofrer com o comportamento...pouco católico!!! Mas eu sou um crente !!! Zé de Fatima Souza (Vargem Grande 1° de abril de 2009).

Faço minhas as palavras dele, que se mostrou tão humano e filho agradecido porque todos nós somos vulneráveis, frágeis e sedentos de amor, assim como Zé de Fátima se revelou. Amplio nossas vozes a de todos que desejarem homenagear nossa querida irmã Camilla Bizzotto, e assim revigorar sua fé nas promessas de Salvação de Nosso Senhor Jesus Cristo e viver o Evangelho na vida cotidiana. 

Que ela (e ele) Descanse em Paz.

Por Ana Socorro Ramos Braga (28 de novembro de 2022)
Profª Drª do Departamento de Artes Cênicas da UFMA

Legenda 1: Irmã Camilla Bizzotto realizando atendimento ambulatorial. A esq. Maria das Graças (Gracinha), assistente de enfermagem. Fonte: Acervo da Congregação. Livro A Missão das Filhas de São João Antônio Farina no Brasil (2019).

Legenda 2: Inauguração do Centro de Atendimento à Criança Irmã Camilla Bizzotto, dia 29 de março de 2001, Aniversário de 63 anos de criação do município. Fonte: (Arquivo da autora). Livro A Missão das Filhas de São João Antônio Farina no Brasil (2019).

Legenda 3: Isaura Gonçalves Barbosa em seu local de trabalho, o Ambulatório Santa Maria Bertilla, à frente do Auditório Ir. Camilla Bizzotto. Ano: 2017. Fonte: Arquivo da Autora.

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Morre Irmã Camila Bizzoto, que desenvolveu belíssimo trabalho em Vargem Grande

Irmã Camila.
Por Blog do Alpanir Mesquita.

Faleceu nesta segunda-feira (28), na Itália, a Irmã Camila Bizzoto, aos 91 anos, uma das Irmãs Doroteia Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, que desenvolveu por décadas um belíssimo trabalho em Vargem Grande, tanto no campo religioso, como nas áreas da saúde e da educação de crianças e de jovens vargem-grandenses. 

Os mais novos, provavelmente, não tiveram a oportunidade de conhecê-la pessoalmente, visto que, em razão da idade avançada e por problemas de saúde, precisou retornar à sua terra natal, mas certamente já ouviram falar muito de Irmã Camila, que, inclusive, dá nome ao Centro de Atendimento à Criança (CEAC).

A Paróquia de São Sebastião lamentou a perda: "É com enorme pesar que a Paróquia São Sebastião, Santuário de São Raimundo Nonato dos Mulundus, noticia o falecimento da Irmã Camila, peça constituinte da história de Vargem Grande. Irmã Camila contribuiu de várias formas na formação e na vida de inúmeros vargem-grandenses. É com muito amor no coração que expressaremos eterna gratidão a todo o trabalho dela em nossa cidade e nos arredores. Que o Senhor Deus possa recebê-la em Seus braços e que ela leve todos os nossos agradecimentos a Ele. Descanse em paz, Irmã Camila!".

O prefeito Carlinhos Barros também se manifestou: "Nesta manhã, recebi a triste notícia do falecimento de uma grande mulher, serva do senhor, que fez muito pela saúde de Vargem Grande, Irmã Camila Bizzoto. Irmã Camila deixou um legado de amor, solidariedade e fraternidade à toda população vargem-grandense. Estendemos nossa solidariedade à família enlutada e aos amigos, rogando a deus que os conforte pela perda irreparável".

Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho desenvolvido pelas Irmãs Farina em Vargem Grande, que foi iniciado em 1967, basta acessar a matéria AQUI.

No início deste ano Irmã Camila gravou vídeo direcionado a Vargem Grande. Veja a íntegra no Instagram do Blog do Alpanir Mesquita:

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

De autoria da Professora Ana Socorro, Livro sobre as Irmãs Farina será lançado em Vargem Grande

A Missão das Filhas de São João Antônio
Farina no Brasil.

A Congregação das Irmãs Mestras de Santa Dorotéia Filhas dos Sagrados Corações, mais conhecida como Irmãs Farina, do Instituto Farina do Brasil, convida para o lançamento do livro A Missão das Filhas de São João Antônio Farina no Brasil, de autoria da professora e pesquisadora Ana Socorro Ramos Braga, da UFMA. A apresentação do livro é da Ir. Janete Veras Gomes, Madre da Província do Brasil, sediada em Belém/PA. O prefácio foi escrito por Dom Sebastião Bandeira Coelho, bispo da Diocese de Coroatá.

Para contar a história das missionárias no Brasil, a autora tece as tramas de muitas histórias que antecedem a chegada as quatro irmãs pioneiras que deixaram a Itália em direção ao Brasil no ano de 1966, para estabelecerem-se no município de Vargem Grande no dia 04 de fevereiro de 1967. Os acontecimentos abordados nos capítulos iniciais permitem aos leitores compreenderem a vinda da Congregação para o município de Vargem Grande como decorrência da participação de Dom João José da Mota e Albuquerque, o Dom Mota, então arcebispo de São Luís, no Concílio Vaticano II, em Roma. É possível acompanhar as atividades pastorais de Dom Mota em meados da década de 1960 e o seu esforço para estabelecer um novo projeto de Igreja naquele município e na região, colocando em prática as profundas transformações decorrentes do referido Concílio. Um exemplo desse esforço é da vinda dessa missão religiosa que culminou, em longo prazo e somadas a outras ações, com a criação da Diocese de Coroatá em 1977. 

Desse modo, como bem destaca Dom Sebastião Bandeira, bispo dessa diocese no prefácio que escreveu, esse livro: “tem uma importância não só para a congregação, mas também para conhecermos parte da história da Igreja do Maranhão, de maneira particular a Arquidiocese de São Luís e a Diocese de Coroatá, a que atualmente esta paróquia pertence”.  

Sobre o trabalho realizado pelas Irmãs Mestras de Santa Dorotéia Filhas dos Sagrados Corações, ele acrescentou que:  “[...] exerceram e continuam exercendo um papel marcante na vida da comunidade, nos diversos campos, como, educação, saúde, cooperativismo, economia, políticas públicas, ecologia e de maneira particular na evangelização integral”.

Nos capítulos seguintes, a autora relata a expansão da Missão das Irmãs Farina para São Luís, em 1969, quando criaram o Instituto Farina no Brasil, e para outros estados, como Pará, Minas Gerais e Goiás, constituindo a Província do Brasil. Demonstra como, em consonância com as necessidades de cada paróquia ou diocese, as irmãs Farina desenvolvem atividades educativas, evangelizadoras, associativas e de fortalecimento comunitário, assistenciais de saúde e promoção da vida. 

No Capítulo IV, a autora faz retratos da vida religiosa em família, como o dizem as Irmãs, uma vez que estendem esse espírito de família religiosa cristã para todas as obras que desenvolvem. A autora também escreve breves retratos biográficos das pioneiras, como é o caso de Irmã Donata Azzini, ainda atuante e principal incentivadora desta pesquisa e de sua publicação; de Irmã Camila Bizzotto e outras irmãs enfermeiras e educadoras que muito contribuíram para a criação de um sistema de cuidado e proteção à saúde no nível municipal de Vargem Grande e de São Luís, antes mesmo da criação do SUS. No capítulo final, a autora reúne testemunhos – de ex-alunos, religiosos e vocacionados, pais e colaboradores - consolidando o entendimento de como a congregação tem contribuído em todos os planos da vida social, sobretudo para a saúde e educação de crianças e jovens, orientando-as em suas escolhas profissionais e religiosas.

Lançamento do Livro.

O lançamento do livro foi inicialmente previsto para a festa do Cinquentenário da Missão no Brasil ocorrido em fevereiro de 2017, em Vargem Grande, mas atrasou em função da pesquisa de campo que se estendeu para além do cronograma inicialmente planejado. Depois, foi previsto para 2020, mas adiado em função da pandemia do Covid-19. Agora, o lançamento será realizado de modo presencial, para um pequeno número de convidados na quadra da Escola São José Operário, em Vargem Grande, e também será transmitido pelo Canal do YouTube OFICIAL e Facebook do Santuário de São Raimundo Nonato dos Mulundus. Posteriormente, em data a ser agendada, o lançamento será feito em São Luís.

Sobre a autora

Ana Socorro Ramos Braga nasceu em Vargem Grande – MA em 1968. Sua mãe, Francisca, é piauiense de origem cearense, como muitas famílias que se estabeleceram no município em meados do século passado; seu pai, Raimundo, já falecido, é da antiga Vila da Manga do Iguará, hoje município de Nina Rodrigues.

Estudou na Escola Paroquial Nossa Senhora das Graças e no Grupo Escolar Santos Dumont, em Vargem Grande. Ainda nesse município fez o 5º ano na escola Hemetério Leitão, mas concluiu o ensino fundamental e o ensino médio no Colégio Maranhense Marista, em São Luís. É graduada em Educação Artística com Habilitação em Artes Cênicas, mestre em Políticas Públicas (2000) e doutora em Teatro (2019), na linha de pesquisa Imagens Políticas, com foco em cultura, sociedade e comunidade. Desde 2002 está vinculada ao Departamento de Artes Cênicas do Centro de Ciências Humanas da Universidade Federal do Maranhão, onde atua como professora e supervisora de estágio, orientando pesquisas acadêmicas, bem como iniciação à docência em Teatro. 

É membro do Grupo de Estudo Religião e Cultura Popular, coordenado por Mundicarmo e Sérgio Ferretti (in memoriam), sendo este último seu orientador nas pesquisas acadêmicas na área de Religião - catolicismo, romaria e São Raimundo dos Mulundus; e Política Cultural - folclore, cultura popular e patrimônio. Desde 2005 realiza pesquisas sobre o Tambor de Crioula e, mais recentemente estuda perspectivas cênicas afro-brasileiras nas comunidades quilombolas.

Outros livros e pesquisas que coordenou são: Tambores do Piqui/Cartas da Liberdade – Memória e Trajetória da Comunidade Piqui da Rampa (2007) e Teatro de animação para sala de aula e ação cultural (2015; 2020).

VEJA TAMBÉM:

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Instituto Farina de São Luís sedia Ação Social

Dr. Mauro com a mãe e as Irmãs do Farina.
Por Blog do Alpanir Mesquita.

Durante o mês de maio o Instituto Farina de São Luís sediou mais uma ação social da Paróquia Santa Teresinha, no bairro do Filipinho, onde várias pessoas carentes foram atendidas gratuitamente com diversos tipos de consultas médicas.

Entre os voluntários estava o presidente da Associação Medica do Maranhão, o oftalmologista Dr. Mauro César Oliveira, que marcou presença em praticamente todas as edições dessa ação social que já chega no seu oitavo ano consecutivo.

Dr. Mauro César relatou a grande satisfação de reencontrar Irmã Donata, veterana do convento, que foi sua professora no jardim de infância e responsável por sua alfabetização. Na foto, Dr Mauro César aparece ao lado de sua mãe Clomar Oliveira além de Irmã Donata e de Irmã Cleide, todos com íntima relação com o município de Vargem Grande.
Dr. Mauro consultando durante ação social no Farina.

domingo, 2 de abril de 2017

Vargem Grande de Ontem: A chegada das Irmãs Doroteia Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria no Brasil...

 Além da língua, as diferenças climáticas e os costumes alimentares foram
os obstáculos iniciais a serem superados por elas, seguidas das questões políticas e
culturais locais, dentre muitos outros fatores.
Por Blog do Alpanir Mesquita.

Na segunda edição da coluna "Vargem Grande de Ontem", que irá ao ar na manhã de todos os domingos e que foi idealizada pelo Titular do Blog, voltamos ao início da década de 60, mais precisamente ao ano de 1967, quando chegaram a nossa cidade as Irmãs Doroteia Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria. Elas também são conhecidas como Irmãs Farina, uma menção ao Pai fundador dessa congregação.

A chegada das quatro irmãs italianas, Anna Lúcia Puschiavo, Donata Azzini, Alfonsina Piacente e Amábile Loro no dia 02 em fevereiro de 1967, foi motivo de festa, esperança e muita curiosidade. 


Ao longo destas cinco décadas as irmãs Farina iniciaram um intensivo trabalho no campo religioso, que se estendeu para o campo social, educativo e assistencial com o objetivo de superação das condições de extrema pobreza que o município se encontrava. Elas criaram a Escola São José Operário e mais recentemente, apoiaram a criação da escola D. João Antônio Farina, de nível Médio em parceria com a associação de pais. Também construíram o Ambulatório e Laboratório santa Maria Bertilla. Tanto na educação escolar quanto na preparação religiosa e na área da saúde, elas foram pioneiras na formação de professores, catequistas e enfermeiras. Possuem uma obra de valor evangelizador, emocional e educativo que ajudou muitas famílias.

RELATO HISTÓRICO.

O município de Vargem Grande comemora durante todo este ano de 2017 o 50º aniversário da chegada ao Brasil da obra missionária católica das Irmãs Doroteia Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria. 

As primeiras religiosas italianas foram as Irmãs Anna Lúcia Puschiavo, Donata Azzini, Alfonsina Piacente e Amábile Loro. As três primeiras viajaram diretamente da Itália para o Rio de Janeiro e de lá para São Luís. A Ir. Amábile Loro veio do Equador, onde já estava em missão havia dois anos e falava espanhol. A chegada delas à cidade, no final da tarde do dia 02 de fevereiro de 1967, acompanhadas pelo bispo de São Luís, D. João José da Mota e Albuquerque (D. Mota), foi recepcionada pelo Padre Carvalho com festa e muita expectativa e curiosidade por parte da comunidade católica local. Primeiro, porque as irmãs usavam o hábito de cor preta, depois substituído pela cor branca. Segundo, porque falavam italiano e pronunciavam apenas algumas palavras em língua portuguesa. 

Logo que se estabeleceram em uma pequena casa muito modesta, onde hoje se encontra “a casa das irmãs”, como é popularmente conhecida, iniciaram um intensivo trabalho no campo religioso, que se estendeu para o campo social, educativo e assistencial com o objetivo de superação das condições de extrema pobreza que o município se encontrava. 

Uma das primeiras iniciativas da irmã superiora Anna Lúcia Puschiavo foi a instalação de um ambulatório para atender as pessoas carentes. Depois as irmãs perceberam que os problemas de saúde precisavam de iniciativas mais consistentes, necessitando de remédios e equipamentos. Assim, organizaram um curso de enfermagem para jovens, que preparou as primeiras enfermeiras habilitadas no município. E posteriormente, na área de saúde, construíram um ambulatório e laboratório, o Santa Maria Bertilla, para cuidar das crianças, idosos e dos enfermos, assumindo, desta forma, o papel do poder público quando este se mostrava ineficiente ou ausente. 


Anna Francesca Boscardin (1888-1922), foi uma jovem enfermeira, filha de modestos agricultores que se mostrou um exemplo de caridade e amor aos pobres. Ela adotou o nome religioso de Maria Bertilla. Foi beatificada no dia 8 de junho de 1952 pelo Papa Pio XII e canonizada em 11 de maio de 1961, pelo Papa João XXIII.
As irmãs Doroteia construíram escolas para cuidar da educação das crianças e dos jovens, pois identificaram que além dos cuidados com a saúde e alimentação adequada, elas necessitavam de educação escolar. Muitas morriam antes de completar o primeiro ciclo de vida e somente uma pequena parcela iniciava a escolarização e a alfabetização na idade regular. Assim, a Escola São José Operário I e II, respectivamente séries iniciais e finais do Ensino Fundamental se tornou referência pela gestão e formação dos professores, e ainda pelo atendimento gratuito e de qualidade. A Congregação Farina também apoiou a criação da escola D. João Antônio Farina, de nível Médio, em parceria com a associação de pais e alunos, como forma de oferecer uma alternativa para que seus filhos completassem a educação básica no próprio município, sem ter que se deslocar para a capital, São Luís, afastando-se precocemente do convívio familiar.



Na área da educação muitas missionárias deram contribuição decisiva e são lembradas com carinho pelo serviço religioso ou pelo apoio educativo e assistencial. A irmã Inês Sanchez, que é equatoriana da origem, foi Secretária Municipal de Educação no período de 1997 a 2003, período no qual o município ganhou visibilidade nacional e destaque da revista Nova Escola, uma publicação especializada em educação. Recebeu também a presença da secretária de Ensino Fundamental do Ministério da Educação (MEC), na época a senhora Iara Prado, e se tornou polo de importantes projetos educativos, reunindo os municípios vizinhos. Destacaram-se especialmente na área de formação de professores, apoiando a criação de experiências similares em São Benedito do Rio Preto, Coelho Neto, Santa Inês, São Luís e muitos outros. 

Os primeiros cursos de formação superior, fruto de convênio com o Centro Federal de Educação Tecnológica, CEFET (hoje IFMA), para o curso de Licenciatura em Matemática, e com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), para a formação em Pedagogia, tornou realidade a iniciativa de Irmã Inês que teve o acolhimento de Drª Ana Maria Nascimento (1952-2002), então Prefeita Municipal. Desta forma, Vargem Grande foi município pioneiro na formação inicial e continuada de professores no Maranhão, por meio dos programas Parâmetros Curriculares em Ação (PCN), Formação de Professores em Serviço (PROFORMACAO) e Programa Professores Alfabetizadores (PROFA). Foi ainda durante a gestão de Irmã Inês a compra e restauração de dois prédios: um que abriga a Secretaria de Educação em sede própria e outro, o Centro de Formação de Professores Elizabeth Fricke.


A Ir. Amábile Loro foi forte incentivadora de investimentos agrícolas e do desenvolvimento comunitário. Ela foi também pioneira no apoio às lideranças comunitárias na zona rural, incentivando a produção de alimentos, o empreendedorismo, a superação da pobreza e a autogestão comunitária. A congregação apoiou a criação de cooperativas e a organização sindical dos trabalhadores rurais. Ao mesmo tempo, foi forte incentivadora para que a população exigisse de seus dirigentes políticos e cobrassem deles que desempenhassem a sua função, constituindo políticas eficientes e contribuindo para a evolução política e administrativa do município. 

Junto à paróquia de São Sebastião, as irmãs Farina realizaram um trabalho apostólico de catequese e assistência às atividades pastorais, por meio das quais fomentaram vocações religiosas e orientaram jovens que optaram por outras congregações ou seguiram a vida como leigos. Também incentivaram e apoiaram as famílias e os jovens, para que estes prosseguissem os estudos e se desenvolvessem profissionalmente. 

Tanto na educação escolar quanto na preparação religiosa e espiritual, quanto na área da saúde elas foram pioneiras na formação de professores, catequistas e enfermeiras. 


Dentre as enfermeiras, a maior saudade, é sem dúvida nenhuma a de Irmã Camilla Bizzoto, que, por motivo de saúde, retornou ao seu país natal, a Itália, mas permanece no coração e na memória de muitos vargem-grandenses que salvou e ajudou curar, que fez sorrir, que deu confiança e educou enquanto suturava ou tratava.

A obra missionária Farina contribuiu para o desenvolvimento da cidade de Vargem Grande em todos os aspectos. A Irmã Donata Azzini, uma das primeiras catequistas, segue firme animando fé religiosa e incentivando os jovens ao caminho do amor em Cristo. 

A professora Ana Socorro Ramos Braga está realizando uma pesquisa para publicação de um livro que tem o objetivo de reconstruir a história do município nos últimos cinquenta anos pelo por meio da Missão Farina, que se estendeu a outros estados. Esta é uma oportunidade para que todos possam contribuir nesta iniciativa que nasceu do desejo das irmãs Doroteia de contar a sua história no Brasil com o olhares votados para o futuro na formação das próximas gerações.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Deputado Fábio Braga homenageia Irmãs Doroteia Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria pelos 50 anos de presença no Brasil

Deputado Fábio Braga.
Recebi das Irmãs Mestras de Santa Doroteia, um honroso convite para participar da celebração do Jubileu de Ouro da caminhada missionária em terra brasileira, festa religiosa que ocorreu sábado, dia 4, na paróquia de São Sebastião, na minha querida Vargem Grande. Quero me desculpar ante as Irmãs por não ter comparecido ao evento; parabenizá-las pelo sucesso que os festejos alcançaram e dizer do meu respeito e admiração como cidadão vargem-grandense pelo trabalho cívico-religioso que se desenvolve há décadas na cidade.

Trabalho esse que sou testemunha do seu amor, dedicação e de desprendimento, sempre em prol dos mais necessitados. Fiz catecismo na casa das Irmãs e recebi delas o apoio espiritual, assim como as crianças e jovens vargem-grandenses dessas cinco gerações. Mas elas também salvaram vidas, pois dedicaram-se com afinco a sanar as chagas do nosso povo sofrido. São exemplo de atendimento humanizado na área de saúde, onde mantêm funcionando um ambulatório, o Santa Maria Bestilla.

Na educação, construíram escolas que mantém funcionando com excelência. Assim elas nos ofereceram cotidianamente exemplo de gestão e formação religiosa para crianças e jovens e suas famílias. E essa experiência não é privilégio apenas de Vargem Grande e região, pois a congregação ampliou a sua missão para os estados do Pará, Minas Gerais e Goiás, apresentando os mesmos resultados sociais.

Missa realizada em Vargem Grande.
Essa presença marcante na cidade de Vargem Grande, portanto, é uma dessas experiências que nos faz continuar acreditando na caridade, na fraternidade e no amor ao próximo. Como não lembrar do catecismo, da quadra das irmãs (a primeira de nossa cidade), do patins, da mesa de pebolim, da primeira comunhão?! Como não lembrar da Irmã Donata, Irmã Alfonsina, Irmã Camila, Irmã Inez, Ir. Damiana e Irmã Luciana?! Em nome delas quero parabenizar todas as missionárias Dorotéia; e em nome da jovem Sabrina Mattolin, que fez nessa data festiva sua profissão perpétua, parabenizo as novas gerações que irão plantar esses próximos 50 anos no Brasil, com a graça de Deus.

E para a alegria do pai Fundador, o santo João Antônio Farina, uma data festiva para não ser esquecida. Rogo para que a providência divina continue a dar-lhes a força e a determinação para seguir essa jornada solidária que tanto apoio e esperança traz aos nossos irmãos. Um fraternal abraço e podem continuar contando com o apoio deste parlamentar dentro das possibilidades que estiverem ao nosso alcance. Estarei sempre ao lado de vocês. E logo que voltar de viagem irei pessoalmente levar meu abraço.

Deputado Fábio Braga

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Vargem Grande: Missa celebra os 50 anos da presença das Irmãs Doroteia Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria no Brasil


Missa realizada em Vargem Grande.
Por Blog do Alpanir Mesquita.

Este último dia 02 de fevereiro foi histórico, marcou a passagem de 50 anos da presença das Irmãs Doroteia Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria na cidade de Vargem Grande, Maranhão. Elas também são conhecidas como Irmãs Farina, uma menção ao Pai fundador dessa congregação.

A data foi comemorada ontem, dia, 04, às 17 horas, na Igreja Matriz com a presença de 40 missionárias, religiosos e católicos. Mais uma vez a comunidade de Vargem Grande se fez presente, recepcionando e acolhendo as delegações que vieram de São Luís e do Estado do Pará especialmente para esta celebração.

A igreja estava lindamente decorada e repleta de pessoas. A missa foi celebrada pelo Bispo de Coroatá, Dom Sebastião Bandeira Coelho, e concelebrada pelo pároco Antônio Carlos juntamente com padres de outras paróquias.

O Santo Giovanni Antônio Farina (1803-1888), foi canonizado em 23 de novembro de 2014, pelo Papa Francisco, em Roma. Ele nasceu no pequeno vilarejo de Gambellara, na província de Vicenza, localizada na região norte da Itália. Como santo, ele é considerado exemplo de vida e missão dedicada à transformação do ser humano por meio da educação e da caridade. No Brasil, sua obra missionária teve início no município de Vargem Grande, Maranhão. A chegada das quatro irmãs italianas, Anna Lúcia Puschiavo, Donata Azzini, Alfonsina Piacente e Amábile Loro no dia 02 em fevereiro de 1967, foi motivo de festa, esperança e muita curiosidade. 

Prefeito Carlinhos Barros e o vice Jorge Fortes visitando as irmãs.
Ao longo destas cinco décadas as irmãs Farina iniciaram um intensivo trabalho no campo religioso, que se estendeu para o campo social, educativo e assistencial com o objetivo de superação das condições de extrema pobreza que o município se encontrava. Elas criaram a Escola São José Operário e mais recentemente, apoiaram a criação da escola D. João Antônio Farina, de nível Médio em parceria com a associação de pais. Também construíram o Ambulatório e Laboratório santa Maria Bertilla. Tanto na educação escolar quanto na preparação religiosa e na área da saúde, elas foram pioneiras na formação de professores, catequistas e enfermeiras. Possuem uma obra de valor evangelizador, emocional e educativo que ajudou muitas famílias, por isso a noite de ontem foi de emoção e muitos abraços.

“Foi uma festa linda”, “Emocionante”, “Fiquei Feliz” são frases que se ouvia de todos que participaram da celebração.

O prefeito Municipal da Vargem Grande, Carlinhos Barros, e o vice-prefeito Jorge Fortes, não puderam participar da missa, porém foram a casa das irmãs parabenizá-las e oferecer o seu apoio para que as obras missionárias tenham continuidade. Carlinhos Barros também enviou o seu representante, o secretário de Administração, Professor Clécio Nunes, com o discurso que pode ser lido abaixo.

Vargem Grande, 04 de fevereiro de 2017

Saúdo, na pessoa do pároco Pe. Antônio Carlos, esta igreja repleta e alegre;
Saúdo, na pessoa do Bispo D. Sebastião, todas as autoridades religiosas; 
Caríssima Irmã Emma, Madre Superiora Geral, a sua presença nos alegra;
Caríssima Irmã Luisella Gosmin, Superiora Provincial, em nome da qual saúdo todas as Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria; 
Meu cumprimento Fraternal a Irmã Donata Azzini, pela graça de sua presença forte e ativa entre nós. 
Senhoras e Senhores, 
Boa noite a todos,
As Irmãs Mestras de Santa Doroteia Filhas dos Sagrados Corações, comemoram 50 anos de atuação no Brasil, mas somos nós, os vargem-grandenses, os mais felizes e agradecidos. 
Por isso, minhas primeiras palavras são de agradecimento a Deus.
Eu tenho uma admiração especial pelo trabalho missionário das Irmãs. Por isso, digo que essa missão é grandiosa. Digo mais, além de grandiosa, é inspiradora. 
Por meio da educação, do trabalho na área da saúde e de atividades assistenciais, essa congregação tem ajudado nossa gente, e com uma atenção muito especial aos mais pobres, doentes e desfavorecidos. 
“Amar as crianças é acolhê-las com os mesmos sentimentos de Cristo.” Essa é uma frase de Dom João Antonio Farina, o Pai fundador da congregação, que foi um sacerdote e educador exemplar. Eu acredito que essa deva ser uma missão de todos nós: “Educar com amor para a vida”. 
Temos que apostar e crer que a educação é o caminho. É por meio dela que nos tornamos cidadãos, dignos de alcançar nossos objetivos. E nesse mundo individualista que estamos vivendo, tão egoísta e tão violento, nós precisamos de pessoas que corajosamente se proponham a ensinar os valores cristãos. E as Irmãs fazem esse trabalho muito bem.
Elas tem nos influenciado a buscar melhorias educacionais para nossas crianças e nossos jovens, em Vargem Grande. Temos, portanto, enormes responsabilidades. O nosso desafio é juntarmos forças para superá-los. 
Eu quero agradecer à Superiora Provincial e a todas as irmãs pelo trabalho, carinho e acolhimento que estão tendo com o povo brasileiro nesses 50 anos. Acredito que a tarefa seja árdua, mas deve ser gratificante na mesma medida. Obrigado por serem incansáveis e não desistirem.
Para finalizar, parabenizo a Irmã Sabrina Mattoline a seus pais,  Francesco e a Franca Mattolin e as irmãs que estão celebrando o decênio da profissão religiosa.