Edésio Nascimento, o milionário do brega. |
— Estou limpo tem nove meses. Isso nunca mais vai voltar. Muitas pessoas falaram que eu ia acabar com tudo que ganhei em um mês com as drogas. Acham que sabem da vida da gente. Mas eu me recuperei na fé, só orando — afirma Edésio, que agora se autointitula o Milionário do Brega e lançou, no fim de setembro, o álbum “Cliente VIP” nas plataformas digitais.
Os dois prêmios saíram em bolões. A soma do que ele ganhou deu cerca de R$ 1,8 milhão. Na primeira vez, foi com um jogo em que sete números são marcados e o valor da aposta fica mais alto, já que a probabilidade de acerto também aumenta. Na ocasião, ele investiu R$ 20. Depois da primeira vitória, o dono da lotérica o colocou até em um grupo de WhatsApp para novas apostas, que cresceram na cidade.
— Agora me querem em vários bolões (risos). Mas eu não vou jogar sempre. Só quando acumula. As pessoas pedem a minha camisa, para dar sorte. Não é nada disso, o bolão é que dá mais chances — aconselha o cantor de 53 anos.
Com o dinheiro, ele comprou uma casa, um ponto comercial, um carro para ele e outro para a mãe, Dona Lindaura Oliveira, de 90 anos, além de um jet ski e uma moto. Também gravou seu disco em um estúdio mais bem equipado. Sobraram cerca de R$ 600 mil, que ele investiu no banco.
A paixão por relógios de luxo foi alimentada com novos modelos, mas muitos foram levados junto com cordões de ouro e instrumentos, quando sua casa foi assaltada. Ele não quis prestar queixa por medo. Diz que anda tranquilo na rua, mas colocou várias câmeras de segurança na residência (relembre).
— Quando ganhei, guardei o talão tão bem. Não sabia onde colocar. Ficou dentro de um livro, no armário, embaixo das roupas. Bati ainda uma foto dele — relembra o cantor.
Edésio reforça que é o mesmo cantor que sempre viajou o interior fazendo shows de música brega, apesar dos novos títulos do trabalho e das fotos com cordões de ouro e relógios extravagantes. Hoje, ele conta que tem o sonho de ser reconhecido nacionalmente, e não só apenas no Maranhão. Nascido na cidade de Maracaçumé, também no estado, ele diz que não passou necessidades da infância, mas que a família sempre precisou trabalhar muito
— Lá na frente de casa tinha um igarapé, que é um rio pequeno. Quando se precisava, pescávamos ali. Meu pai trabalhava na roça, tínhamos feijão, batata, tudo em fartura. Mas é uma vida dura, de trabalhar e acordar cedo. Mas não se passava fome. Hoje, com desmatamento, é difícil pegar um peixe lá no rio. O ser humano está acabando com o planeta — alerta o cantor.
Sucesso do irmão no Norte e Nordeste
Edésio é irmão de um cantor conhecido do mundo brega. Adelino Nascimento fez sucesso no meio com hits nos anos 90, alguns deles eram composições do atual milionário, como “Toca o telefone”, uma das mais tocadas. O irmão mais velho morreu em 2008, aos 51 anos, quando passou mal e teve problemas pulmonares. Edésio segue hoje a trilha traçada por Adelino e sonha ser reconhecido nacionalmente.
— O povo diz que eu sou o melhor bregueiro daqui. É só música mesmo para o cabra ouvir quando perde a mulher. Já peguei muito chifre. Mas digo que só é corno quem quer. Quando você descobre que ela o traiu e não a deixa, não é corno, só foi traído — explica ele.
Do Jornal O Extra.
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