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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Israel declara Lula como 'persona non grata' após presidente comparar ação contra palestinos em Gaza ao Holocausto

Lula é 'persona non grata'.
O governo de Israel declarou nesta segunda-feira (19) que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é uma "persona non grata". A decisão aconteceu depois de o presidente do Brasil comparar ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra. "Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma 'persona non grata' em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate", escreveu o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, nas redes sociais.

O termo "persona non grata" (alguém que não é bem-vindo, em tradução livre) é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo. O termo foi descrito no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas. Katz afirmou também que "a comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto".

No final da semana, Lula classificou como "genocídio" e "chacina" a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas no início de outubro. Ele comparou a ação israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas chefiados por Adolf Hitler no século passado. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus", disse Lula.

O petista fez a afirmação após ser questionado sobre a decisão de alguns países de suspender repasses financeiros à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos. Lula deu as declarações durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou nos últimos dias da 37ª Cúpula da União Africana e de reuniões bilaterais com chefes de Estado do continente.

Confira o exato momento da fala de Lula:


Do G1.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Viradouro é campeã do Carnaval do RJ com enredo sobre guerreiras africanas e culto ao vodum serpente

Desfile da Viradouro.
A Unidos do Viradouro é a grande campeã do carnaval 2024 do Rio de Janeiro! A Vermelha e Branca de Niterói mostrou as serpentes que são objeto de culto na tradição africana. Em “Arroboboi, Dangbé”, o enredo pedia proteção à grande cobra mítica dos jejes. Para diversos sistemas de crenças, como o da nação jeje, o réptil tem poderes de regeneração, vida, transformação e recomeço.

A Viradouro, a última das 12 escolas a desfilar, já na manhã de terça-feira (13), também detalhou as crenças voduns de povos africanos e na força das mulheres da Costa da Mina, uma poderosa irmandade de guerreiras.

Gabaritou os quesitos

A agremiação do Barreto liderou a apuração de ponta a ponta e, nas notas válidas, gabaritou os quesitos. Terminou com 270 pontos, ou 100% de aproveitamento. A vice, a Imperatriz Leopoldinense, ficou 7 décimos atrás, com 269,3. Só houve três notas diferentes de 10, todas descartadas: 9,9 em alegorias, 9,9 em mestre-sala e porta-bandeira e 9,9 em enredo. A Acadêmicos do Grande Rio ficou colada na Viradouro e dividiu a 1ª colocação até metade da apuração, quando começou a perder décimos em sequência.

Retornam no Sábado das Campeãs, nessa ordem:

Unidos de Vila Isabel (6º lugar)
Portela (5º lugar)
Acadêmicos do Salgueiro (4º lugar)
Acadêmicos do Grande Rio (3º lugar)
Imperatriz Leopoldinense (vice)
Unidos do Viradouro (campeã)

Do G1.

domingo, 28 de novembro de 2021

Urgente! Brasileiro com passagem pela África do Sul testa positivo para Covid-19

Imagem ilustrativa.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, neste domingo (28), ter identificado um caso de Covid-19 de um passageiro com passagem pela África do Sul, país com foco da variante Ômicron do novo coronavírus. Ainda não há a confirmação sobre a relação do caso com a nova linhagem do vírus.

De acordo com a agência, o brasileiro desembarcou no aeroporto de Guarulhos no sábado (27), em um voo da Ethiopian Airlines. É um homem, de 29 anos, morador de Guarulhos, que está em isolamento em casa e tem apenas sintomas leves da doença.

“O passageiro em questão chegou ao Brasil com teste negativo, assintomático. No entanto, após sua chegada, a Anvisa foi informada às 21h12 do dia 27/11 sobre o resultado positivo de novo teste de RT-PCR, realizado pelo laboratório localizado no aeroporto de Guarulhos”, afirmou a Anvisa em nota.

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) e a Vigilância epidemiológica do Município de Guarulhos foram acionados e notificados pela agência ainda de madrugada para o acompanhamento do caso.

Do Metrópoles.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Veja a real situação de vulcão e as possibilidades de tsunami na costa brasileira

São Luís.
Um alerta amarelo de risco de erupção do vulcão Cumbre Vieja emitido nesta quinta-feira (16) reacendeu a discussão de possibilidade de formação de tsunamis que poderiam atingir a costa brasileira. No entanto, especialistas em geociências e sismologia ouvidos pelo G1 afirmam que a chance do desastre acontecer é remota.

Localizado na ilha de La Palma, nas Ilhas Canárias, próximo à costa do continente africano, o vulcão, que estava adormecido há décadas, deu sinais de atividades sísmicas. O alerta emitido pelo governo espanhol indica que não há certeza de abalos, mas que o cuidado se estende para os próximos dias ou semanas. 

O Instituto Geográfico Nacional da Espanha detectou 4.222 tremores no parque nacional Cumbre Vieja, em volta do vulcão. Nos últimos dias, além de aumentar o volume de movimentos sísmicos, a intensidade aumentou com abalos que tiveram magnitude superior a 3.

Segundo o pesquisador Saulo Vital, professor do Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Coordenador do Núcleo de Estudos e Ações em Urgências e Desastres (NEUD), não existem estudos aprofundados com simulações numéricas sobre os impactos para a costa brasileira, então seria difícil especificar com clareza quais estados seriam afetados por um possível tsunami.

Porém, devido ao formato da costa brasileira, a região do Nordeste se torna a região mais vulnerável, principalmente o litoral setentrional, formado por Ceará, Rio Grande do Norte e nordeste do Maranhão.

O professor e pesquisador Saulo Vital explica que existem quatro níveis de alerta, o amarelo é o segundo nível, que trata-se, na verdade, de um estado de observação por causa dos pequenos sismos dos últimos dias. O pesquisador afirma que o alerta é importante, mas não é dos mais graves.

Segundo ele, o que poderia causar uma tsunami seria uma erupção explosiva, ou seja, o desmoronamento de parte do vulcão. Isso porque, de acordo com ele, os sismos que costumam ocorrer na área do Cumbre Vieja são moderados, e o que pode gerar tsunamis são abalos sísmicos de alta intensidade.

Caso haja uma erupção capaz de desestabilizar a estrutura rochosa do vulcão, causando um desmoronamento, essa queda iria gerar um movimento de massas d’água. Esse movimento criaria altas ondas, que atingiriam toda a costa do Atlântico.

O coordenador do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Aderson Nascimento, explica que nenhum alerta foi feito ao órgão.

“Essa chance é muito pequena de acontecer. A gente como órgão de sismologia, ninguém soube de nenhum alerta que foi emitido pelo serviço geológico espanhol ou algum órgão oficial dizendo que isso está acontecendo”.

Ele compartilha a opinião do pesquisador paraibano e afirma que não há motivos para preocupação com um desastre tão grande no Brasil. “A gente não tem essa preocupação no Brasil, porque esse evento é muito pouco provável”, diz. "Agora, eu não estou dizendo que a chance é zero de acontecer, eu estou dizendo que é muito baixa".

Do G1 PB.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Após serem achados em navio cargueiro, nigerianos são presos no Maranhão

Estrangeiros presentes no navio.
Cinco estrangeiros foram presos na tarde de domingo (18) após embarcarem sem autorização em um navio que atracava no Porto do Itaqui, em São Luís. Segundo informações da Polícia Federal (PF), eles foram encaminhados para a Superintendência da PF, no bairro Cohama, na capital.

Segundo a superintendente da Polícia Federal do Maranhão, Cassandra Ferreira, o governo nigeriano será comunicado sobre as prisões ainda nesta semana. “Já foi feito o contato com a Defensoria Pública, estamos aguardando a chegada deles para começar o ato de prisão em flagrante e o governo da Nigéria será comunicado sim”, finalizou.

Durante a primeira tentativa do prático chegar até a embarcação, os clandestinos atiraram objetos para impedir a aproximação. Segundo o delegado da Polícia Federal, Francisco Robério Lima Chaves, os policiais conseguiram chegar até o navio através de um helicóptero, renderam e prenderam os estrangeiros.

“Eles cometeram um crime que é expor perigo a embarcação ou de qualquer forma impedir ou dificultar na navegação marítima. Como eles impediram o prático de entrar, eles impediram o navio de seguir o trâmite normal”, revelou o delegado Francisco Robério Lima Chaves.

De acordo com o capitão da Capitania dos Portos, Márcio Ramalho Dutra, eles teriam entrado na embarcação em Lagos, na Nigéria, no último dia 6 de agosto e foram descobertos pelo resto da tripulação três dias após suspenderem o navio.

"O navio saiu rumo ao seu destino e três dias depois ouviram barulhos na máquina do leme. Quando foram encontrados, os estrangeiros foram encaminhados para o camarote, foram alimentados e bem tratados. Depois que a embarcação chega ao local de destino, a Polícia Federal se encarrega de devolvê-los ao seu país de origem", explicou Márcio Ramalho.

Ainda de acordo com o capitão da Capitania dos Portos, um procedimento administrativo será aberto para investigar as circunstâncias em que os clandestinos entraram a bordo. Além disso, a tripulação e o comandante darão depoimentos sobre o caso. Após o caso, o navio ficou retido próximo ao Porto do Itaqui para investigações, mas será abastecido de cobre e seguirá viagem para Porto Huelva, na Espanha.

Do G1 MA.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

MPF-MA denuncia brasileiros que conduziam embarcação ilegal com 25 imigrantes africanos

Africanos resgatados no Maranhão.
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR - O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/-MA) denunciou, na Justiça Federal, Sílvio da Paixão Freitas e Josenildo do Nascimento Teodoro, brasileiros responsáveis por conduzir a embarcação que aportou no cais do Porto de São José de Ribamar, no dia 19 de maio, trazendo 25 estrangeiros de origem africana sem o cumprimento de qualquer regra ou registro de entrada no Brasil.

De acordo com os depoimentos de cinco dos estrangeiros à Polícia Federal, todos pagaram pela viagem, que começou no dia 17 de abril, no Porto de Mindelo, em Cabo Verde e tinham como destino a cidade de Areia Branca, no Rio Grande do Norte. Eles afirmaram também que, apesar de terem efetuado pagamento pelo transporte e alimentação, foram submetidos à situações degradantes, como privação de alimento e água por vários dias. Assim, fica claro que os denunciados expuseram a saúde e a vida das vítimas a perigo direto e iminente.

Segundo o MPF-MA, a embarcação utilizada (catamarã), além de estar em situação precária, também não é própria para realizar travessias transatlânticas ou transporte intercontinental de pessoas. Dessa forma, entende-se que não apenas os tripulantes africanos foram vítimas dos delitos de Sílvio Freitas e Josenildo Teodoro, mas também o próprio transporte marítimo foi exposto ao perigo, por conta do risco para a navegação de outras embarcações. Esse fato caracteriza a prática de crime para obtenção de vantagem econômica.

A partir disso, o MPF-MA requer que Sílvio da Paixão Freitas e Josenildo do Nascimento Teodoro respondam pelos seguintes crimes, com base no Código Penal Brasileiro (CPB): promoção de migração ilegal (Art. 232 – A); perigo para a vida de outrem (Art. 132); e atentado à segurança do transporte marítimo, majorada pela finalidade do lucro (Art. 261, caput 2º). Os denunciados devem ainda, restituir os valores que receberam dos estrangeiros, que totalizam R$ 87.500.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Africanos resgatados tiram documentos e se preparam para novos desafios

Africanos resgatados no Maranhão.
Dando continuidade ao tratamento humanitário, o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), mantém um grupo de trabalho formado por equipes de governo e organizações da sociedade civil, que se reúnem semanalmente para buscar uma solução conjunta relativa aos próximos passos dos estrangeiros resgatados na costa maranhense, seguindo as orientações do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Junto ao Ministério do Trabalho (MTE), o governo articulou ainda o processo de emissão das CTPS, que estão previstas para o próximo dia 26, quando os estrangeiros comparecerão à sede do MTE para fazer a solicitação da carteira de trabalho. Os 25 imigrantes africanos resgatados no cais do município de São José de Ribamar, em 19 de maio, vão escrever uma nova fase nas suas vidas. De posse do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), emitido pela Receita Federal na última terça-feira (19), a pedido da Defensoria Pública da União, os africanos podem ter acesso a muitos atos relativos ao exercício da cidadania, como por exemplo, a emissão da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

Outra providência a ser tomada é a saída deles do Ginásio Costa Rodrigues, onde estão atualmente alojados. Uma casa foi oferecida por uma igreja para que os africanos possam permanecer até que consigam se sustentar com renda própria. Além disso, o Centro de Cultura Negra (CCN) está fazendo campanha para arrecadar donativos que ajudem os imigrantes a se manterem enquanto não conseguem trabalho. As doações podem ser desde cestas básicas, materiais de limpeza e higiene pessoal até doações como camas, colchões e cobertores.

A partir desta quinta-feira (21), os 25 africanos participam de um curso de português ofertado pela Sedihpop, por meio da Escola dos Conselhos, em parceria com o Departamento de Letras da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). As aulas estão sendo ministradas no prédio de arquitetura da UEMA, localizado no Centro Histórico.

O curso terá duração total de 60 horas, num total de quatro semanas. As aulas serão presenciais e terá momentos de vivência no cotidiano de São Luís, utilizando espaços externos como mercados e pontos chave da cidade. De acordo com o secretário de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves da Conceição, o curso ofertado dará mais autonomia para que eles consigam, daqui para frente, alcançar seus objetivos. 

O secretário informou, ainda, que os imigrantes serão cadastrados no Sistema Nacional de Emprego (SINE) para que possam concorrer às vagas de emprego no país, como qualquer outro brasileiro. Em seus países de origem, alguns deles desempenhavam atividades como pedreiro, marceneiro, motorista, lanterneiro, professor, entre outros.

Até o momento 18 deles manifestaram o desejo de permanecer em São Luís, como o africano natural de Serra Leoa, Muctarr Mansaray, de 27 anos, o único que fala português. Muctarr contou que quer retomar os estudos em Ciências da Tecnologia e conseguir sua autonomia financeira para ajudar a família que ficou em Serra Leoa.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Imigrantes resgatados no Maranhão recebem documentação de permanência provisória no Brasil

Africanos resgatados no Maranhão.
A Polícia Federal concedeu aos 25 africanos, resgatados na costa maranhense no último dia 19 de maio, documento provisório de Registro Nacional Migratório. Com esse documento lhes é garantindo o direito de circular livremente em todo território nacional e de tirar documentação básica (CPF e Carteira Nacional de Trabalho) que já foi solicitada à Receita Federal pela Defensoria Pública da União (DPU).

A Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) tem coordenado toda a assistência humanitária aos imigrantes e durante levantamento realizado pela equipe de Proteção e Combate à Violação, foi identificado que apenas sete, do total de africanos, declararam o desejo de deslocamento para outros Estados do país, enquanto os demais afirmaram o interesse em permanecer no Maranhão. Cumpre observar que dos 18 que manifestam vontade de ficar no Estado, cinco vislumbram permanência à conquista de um trabalho, em hipótese contrária, irão tentar em outros Estados. 

Neste sentido, a Sedihpop os orientou a procurar o SINE para realizar o cadastramento para concorrer às vagas de emprego no país, como qualquer outro brasileiro. Em seus países de origem alguns deles desempenhavam atividades como pedreiro, marceneiro, motorista, lanterneiro, professor, entre outros.

Como a grande maioria não fala português e a incapacidade de se comunicar é uma preocupação comum a todos eles, a Sedihpop está articulando a oferta de um curso de português instrumental, como protocolo humanitário adotado por várias organizações que recebem imigrantes no Brasil e que os ajuda a transpor uma das barreiras na procura pelo emprego no país. 

De modo geral, o grupo mostra-se ansioso para iniciar seus projetos de vida, com boas expectativas de conseguirem trabalho, sem aparente preocupação com as dificuldades pelo fato de serem estrangeiros.

terça-feira, 29 de maio de 2018

Caso de africanos resgatados desperta solidariedade dos maranhenses

Africanos seguem recebendo atendimento no Maranhão.
“Eu me senti muito tocada em ter que ouvir aquelas histórias, na responsabilidade de intérprete, de escrever aqueles textos, reescrever, transcrever a emoção deles contando toda a vida deles, a família que eles deixaram para trás, fiquei profundamente emocionada e ao mesmo tempo tendo que me concentrar para colocar no papel uma informação justa, clara e que venha a ajudar no pedido deles de refúgio”.

O relato é da professora do Departamento do Curso de Letras-Francês, da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Glória França que soube, pelas redes sociais, do caso dos africanos resgatados, no mar, e logo se colocou à disposição para ajudar e convocou seus alunos para a tarefa. Ela e os 13 estudantes voluntários participaram da tradução dos formulários com o pedido de refúgio ao governo brasileiro, orientados pela Polícia Federal.

“Foi um momento marcante para mim, me senti extremamente útil enquanto profissional especialista da língua francesa; estar ali, naquele momento, tentando, de algum modo, ajudar aquelas vidas”, desabafou a professora.

O caso dos africanos resgatados à deriva em alto mar, no sábado (19), em São José de Ribamar, aguçou os sentimentos de solidariedade de várias pessoas. Assim como a voluntária Glória França, muitas pessoas que se sensibilizaram com o caso dos africanos doaram seu tempo e seus conhecimentos compartilhando a solidariedade com quem precisa.

Natural de Serra Leoa, Muctarr Mansaray, de 27 anos, um dos resgatados, contou que foram muito difíceis os dias ao mar, mas que está muito feliz com a assistência Governo do Maranhão e o apoio da população. “Vivemos momentos tristes, passamos fome, sede, pensamos até que seríamos presos, mas, ao chegar aqui recebemos todo esse carinho do povo maranhense. Fomos levados para o hospital, recebemos atendimento médico e eu só tenho a agradecer a todos que nos ajudaram”, disse.

Muctarr Mansaray revelou que saiu de Serra Leoa com a promessa de trabalho garantido e melhores condições de vida. Ele é estudante do curso de Ciências Tecnológicas e sonha terminar os estudos e se sustentar. “Tudo o que eu quero é continuar na universidade. Lá é pago e aqui é gratuito e espero continuar a estudar para poder ganhar meu dinheiro e me sustentar”.

“Estamos muito felizes por todo acolhimento que estamos tendo aqui! Os médicos, as refeições e o tratamento de todos os profissionais com a gente tem sido excelente, estamos muito gratos com o apoio do Governo do Maranhão, nunca tínhamos tido um atendimento tão eficiente”, disse o senegalês, Idrissa Mane, de 28 anos.

Ao oferecer tratamento humanitário aos refugiados, o Governo do Maranhão está cumprindo os tratados internacionais em favor de pessoas que saem de suas terras de origem sonhando com dias melhores para seus familiares. Estão sendo garantidos alimentação, abrigo e atendimento de saúde e mais ainda tratando todos como iguais.

Assistência humanitária

O Governo do Maranhão montou uma estratégia para assistir os estrangeiros e as primeiras providências foram tomadas ainda no Cais de São José de Ribamar, onde foram realizados os primeiros atendimentos médicos, servidas refeições e água, com apoio da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), que administra o espaço em parceria com a Prefeitura de Ribamar. 

A equipe multidisciplinar do Centro Estadual de Apoio às Vítimas (Ceav) prestou apoio psicológico. Em seguida, eles foram atendidos na Unidade de Pronto Atendimento do Araçagi, na madrugada de domingo (20), apresentando quadro de desidratação.

No decorrer desta semana, a Polícia Federal disponibilizou os formulários para dar entrada no pedido de refúgio ao Governo Brasileiro. Os voluntários do curso de Letras da Ufma e servidores do Governo do Estado que ajudaram no preenchimento dos formulários. A Sedihpop disponibilizou o serviço de fotografia para compor os documentos provisórios que serão expedidos.

Por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), os africanos receberam atendimento oftalmológico, odontológico e cardiológico, todos realizados nas dependências do Ginásio Costa Rodrigues com o apoio de intérpretes da Cruz Vermelha. O atendimento de saúde aos africanos resgatados é fundamental, já que vieram de outro continente e, por esse motivo, existe o monitoramento e execução de medidas na área epidemiológica.

Enquanto a Polícia Federal define o status jurídico do grupo, o Governo do Estado continua prestando a ajuda humanitária necessária. O abrigo é disponibilizado pela Secretaria de Estado de Esporte de Lazer (Sedel), a alimentação, pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social (Sedes) e atendimento de Saúde pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). 

Relembre o caso

O grupo é formado por 25 estrangeiros do Senegal, Serra Leoa, Guiné e Nigéria e mais dois brasileiros. Eles foram encontrados por tripulantes de uma embarcação de pescadores do Ceará a 120 km da costa maranhense. Eles foram recebidos, no cais de São José de Ribamar, por uma operação montada pelo Governo do Maranhão em conjunto com a Polícia Federal e Marinha do Brasil. 

De acordo com relatos dos africanos, a viagem partiu de Cabo Verde em um catamarã em condições precárias, com motor de pouca capacidade e com a intenção era chegar ao Rio de Janeiro e São Paulo. 

Durante o trajeto, o aparelho de GPS que estavam em poder dos tripulantes quebrou. Em seguida o motor da embarcação não suportou a extensão da viagem e logo parou. Por fim a opção de usar a vela do catamarã foi frustrada quando esse equipamento quebrou, atingindo a cabeça de um dos integrantes da tripulação. O grupo permaneceu ao mar durante 35 dias até serem encontrados.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Africanos seguem recebendo assistência e atendimento médico no Maranhão


Muctarr Mansaray, 27 anos, foi um dos atendidos na ação odontológica.
O Governo do Estado prossegue as ações de apoio aos imigrantes africanos e nesta quarta-feira, 23, enviou equipes de médicos odontologistas para realizar avaliação, e, se for o caso, encaminhar para tratamento dentário. A iniciativa integra as atividades do programa Sorrir, coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), que durante todo o dia atendeu os 25 africanos abrigados no Ginásio Costa Rodrigues, Centro. 

Ao longo da semana, eles recebem atendimento de outras especialidades médicas, como psicólogo, cardiologista e clínico geral. Desde a chegada dos imigrantes, o Governo está garantindo abrigo, alimentação e atendimentos de saúde. O grupo vinha de Cabo Verde para o Brasil, quando a embarcação em que estavam apresentou problemas. Após mais de 30 dias no mar, foram resgatados por pescadores em São José de Ribamar e encaminhados à São Luís, no último sábado, 19. 

"O abrigo e devidos atendimentos estão garantidos e no aguardo das definições das autoridades referentes sobre as condições de permanência dos resgatados. Há uma grande rede de solidariedade e ajuda humanitária contribuindo para ajudá-los e prestar todo o apoio neste momento difícil", pontuou o titular da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Francisco Gonçalves. A Sedihpop colabora com a Polícia Federal, disponibilizando intérpretes para coleta de depoimentos e auxílio à regularização da situação jurídica dos africanos no país.

Além da assistência médica, o Governo do Estado está garantindo toda a ajuda humanitária necessária aos imigrantes, incluindo a alimentação, água, roupas, por exemplo. A força-tarefa conta com ações de diversas secretarias de Estado, entre estas, Saúde (SES), Desenvolvimento Social (Sedes), Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) e Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).

Muctarr Mansaray, 27 anos, foi um dos atendidos na ação odontológica  e disse esperar que consiga se estabelecer e trabalhar no Brasil. "Estão nos dando toda a ajuda aqui e espero poder ter trabalho para ajudar minha família. No meu país as dificuldades são muito grandes e não temos muitas chances de futuro. Se tudo der certo, quero trazer minha mãe para viver comigo", disse ele. Mansaray cursava a faculdade de Ciência e Tecnologia em Cabo Verde. É filho único por parte de mãe, com quem morava, mas possui cinco irmãos por parte de pai. 

Para Asbaba Kra Abdullaziz, 28 anos, a ajuda que está recebendo é o primeiro caminho para que possa pensar em dias melhores. "A gente sai do nosso país querendo vencer para ajudar nossas famílias. Lá emprego é muito, muito difícil. Não tem emprego. Aqui a gente pensa em trabalhar e poder ajudar nossas famílias. Estamos sendo bem tratados", disse ele, que deixou os país e mais cinco irmãos em Serra Leoa. Com o apoio, os imigrantes também conseguiram ter contato com suas famílias na África. 

O acompanhamento do Governo é feito desde o anúncio do resgate da embarcação. De imediato, o grupo foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para as primeiras avaliações médicas e providenciadas condições de acolhimento e alimentação. Muitos estavam fracos pela falta de alimento e água. Após os dias ao mar, contam que chegaram a beber água do mar e até a própria urina. No grupo, há pessoas com idades entre 18 e 50 anos, vindos de Serra Leoa, Nigéria, Guiné e Senegal.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

“Saímos de lá para ter um trabalho justo", diz africano resgatado no Maranhão

“Saímos de lá para ter um trabalho justo, honesto e ter dignidade. Melhores condições de vida, esse é o nosso sonho”, disse com o olhar esperançoso Muctarr Mansaray, de 29 anos, estudante de Letras e que estava no grupo de estrangeiros resgatados no cais de São José de Ribamar, na noite do último sábado (19).

Resgatados estão recebendo atendimento na área de saúde
e documentação. [Foto: Carlos Pereira]
Do outro lado, está o seu Moisés dos Santos, um dos pescadores da embarcação que encontrou o catamarã a deriva em alto-mar. “Eu nunca tinha visto uma situação dessas, eles estavam desorientados, com muita sede e fome, mas também estavam agradecidos por que nós os encontramos e logo dividimos a pouca comida que ainda restava no nosso barco, essa não é uma história de pescador”, contou ele.

O grupo formado por 25 estrangeiros de quatro nacionalidades (Senegal, Serra Leoa, Guiné e Nigéria) e dois brasileiros foi encontrado por uma embarcação de pescadores do Ceará a 120 km da costa maranhense. O grupo foi recebido no cais de São José de Ribamar, município da região metropolitana de São Luís, por uma operação montada pelo Governo do Maranhão em conjunto com a Polícia Federal e a Marinha do Brasil. 

De acordo com relatos dos africanos, a viagem partiu de Cabo Verde em um catamarã em condições precárias, com motor de pouca capacidade e com a intenção de chegar ao Rio de Janeiro e São Paulo. Durante o trajeto, o aparelho de GPS que estavam em poder dos tripulantes quebrou. Em seguida o motor da embarcação não suportou a extensão da viagem e logo parou. Por fim a opção de usar a vela do catamarã foi frustrada quando ela também quebrou. A tripulação permaneceu um total de 35 dias ao mar, após ficarem à deriva foram encontrados por uma embarcação de pescadores.

Resgatados estão recebendo atendimento na área de saúde
e documentação. [Foto: Carlos Pereira]
Desde o comunicado, o Governo do Maranhão montou esquema para assistir os estrangeiros e as primeiras providências foram tomadas ainda no Cais de São José de Ribamar, onde foram realizados os primeiros atendimentos médicos, servidas refeições e água, com apoio da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), que administra o espaço em parceria com a Prefeitura de Ribamar. A equipe multidisciplinar do Centro Estadual de Apoio às Vítimas (Ceav) também esteve prestando apoio psicológico. Em seguida foram atendidos na Unidade de Pronto Atendimento do Araçagi, na madrugada de domingo (20), apresentando quadro de desidratação.

Em conversa com Muctarr Mansaray, ele revelou que está se sentindo em casa. “Estamos muito felizes por todo acolhimento que estamos tendo aqui! Os médicos, as refeições e o tratamento de todos os profissionais com a gente tem sido excelente, estamos muito gratos com o apoio do Governo do Maranhão, nunca tínhamos tido um atendimento tão eficiente”, afirmou.

Nesta segunda-feira (21), representantes da Polícia Federal estiveram reunidos com os africanos, no Ginásio Costa Rodrigues, em São Luís. A eles foi explicado que o órgão vai dar entrada na solicitação de refúgio para todos. Além disso, vão receber uma documentação que vai servir para a retirada de documentos posteriores como a carteira de trabalho. Todos serão regularizados e poderão trabalhar e exercer os direitos civis aqui no Brasil como estrangeiros. Organizados em grupos de cinco eles estão sendo ouvidos pela Polícia Federal.

A Sedihpop está colaborando tanto no apoio à Polícia Federal, disponibilizando intérpretes para a realização dos depoimentos quanto aos próprios imigrantes, no sentido de auxiliar na organização da documentação para a regularização das suas situações no país.

Encontro com conterrâneos

Senegalês Samba Traoré (de camisa vermelha) mora há 3
anos em São Luís e foi visitar o grupo. [Foto: Carlos Pereira]
A segunda-feira resultou, ainda, em um encontro especial. Por meio de conhecidos e pessoas próximas, o senegalês Samba Traoré, que mora aqui em São Luís há três anos, recebeu a informação da chegada dos seus conterrâneos e resolveu ir até o Ginásio Costa Rodrigues prestar sua solidariedade e ajuda. 

“Eu fiquei muito feliz de encontrá-los aqui. Feliz de ver o jeito que foram recebidos, isso mostra que o Brasil e o Maranhão estão de portas abertas. Moro aqui há três anos e não sofri nenhum tipo de preconceito, nenhuma maldade. Conversei com eles e estou vendo que eles estão felizes de terem sido tão bem recebidos. Volto para minha casa hoje e vou voltar feliz, sabendo que eles estão em boas mãos, então eu agradeço muito ao Governo do Maranhão e a toda a equipe que está ajudando eles”, disse contente.

domingo, 20 de maio de 2018

Estrangeiros e brasileiros foram resgatados em São José de Ribamar

O Governo do Maranhão informa que montou uma operação conjunta com a Polícia Federal e Marinha do Brasil, com apoio da Prefeitura de São José de Ribamar, para receber grupo, em sua maioria formado por estrangeiros, resgatado por barco pesqueiro em alto-mar:

No grupo de 27 pessoas, há 2 brasileiros. O restante é composto por estrangeiros de origens distintas. Até o momento, foram identificadas cinco nacionalidades: Senegal, Nigéria, Guiné, Serra Leoa e Cabo Verde. Eles desembarcaram no Cais do município de São José de Ribamar na noite deste sábado (19).

Grupo resgatado em Ribamar.
Os 25 estrangeiros e 2 brasileiros resgatados pela Marinha foram atendidos na Unidade de Pronto Atendimento do Araçagi, na madrugada deste domingo (20), apresentando quadro de desidratação.

As primeiras providências foram tomadas ainda no Cais de São José de Ribamar, onde foram realizados os primeiros atendimentos médicos e servidas refeições. A equipe multidisciplinar do Centro Estadual de Apoio às Vítimas (Ceav) também esteve prestando apoio psicológico.

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social está fornecendo a alimentação pronta no café da manhã, almoço e jantar e acionando a Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc) sobre apoio, instruções operacionais e identificação de benefício eventual para estes casos.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) comunica que, após medicados e avaliados pela equipe multiprofissional da unidade, foram liberados e encaminhados para o Ginásio Costa Rodrigues, onde seguem assistidos pela Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), em caráter temporário, até que os procedimentos realizados pela Polícia Federal sejam finalizados.

A SES informa que uma equipe do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) realizará o acompanhamento dessas pessoas.

Por fim, a Polícia Federal está averiguando possíveis ocorrências de crimes praticados contra o grupo, relacionados a sua vinda ao Brasil. A PF também avalia a situação jurídica dos mesmos no país.