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Isso representa, na prática, 80.904 pessoas que não foram reconhecidas legalmente por seus pais, um número que vem crescendo ao longo dos anos: em 2018, foram 5,74% registros com essa lacuna, e em 2019, 6,15%.
Segundo a professora da Estácio e psicóloga infantojuvenil, Maria Mabel, a conexão dos pais com os filhos, especialmente nos primeiros anos de vida, é crucial para o desenvolvimento saudável da criança.
“Uma criança que cresce se sentindo sozinha pode apresentar diversas dificuldades no futuro: na adolescência tende a se distanciar cada vez mais dos responsáveis e poderá ter dificuldades em manter relacionamentos amorosos, pois não aprendeu a estar com o outro no período da infância, impactando diretamente suas relações de amizade e de relacionamentos afetivos”, explica.
De acordo com o último Censo Escolar feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2013, 5,5 milhões de crianças não tinham o nome do pai no registro de nascimento. Atualmente, o reconhecimento paternal é facilitado em qualquer cartório de registro civil do país, podendo ser feito pelo pai que deseje incluir seu nome na certidão ou pela mãe ou filho maior de 18 anos que queira apontar o suposto pai para dar início ao processo.
Entretanto, Mabel aponta que, mais que o nome no registro, que é necessário por motivos legais como pagamento de pensão alimentícia, é essencial que os pequenos tenham a presença de ambos os pais. Mas na realidade, essa responsabilidade cabe apenas à mãe em 12 milhões de casos, segundo o IBGE. Felizmente, algumas contam com a ajuda de amigos e familiares que formam uma rede de apoio.
A psicóloga afirma que é com esse grupo que as crianças tem seu primeiro contato social, e no caso de não haver a presença paterna, a rede de apoio será “significativa” também para ajudar a mãe a lidar com as demandas vinda das crianças, que por vezes podem se tornar mais difíceis sem o apoio do pai.
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