quarta-feira, 4 de setembro de 2024

PM maranhense manteve namorada em cárcere privado por quase um mês

Mulher era agredida constantemente.
Um policial militar do 9º Batalhão da PM do Maranhão, identificado como Rafael Bruno Capim Barros, é suspeito de manter a ex-companheira em cárcere privado por quase 30 dias. O militar trancou a vítima na casa em que moravam, em São José de Ribamar. Ele teria deixado a ex-namorada sob constante ameaça de morte, segundo contou a própria vítima. “Ele me falava que se um dia eu fosse denunciá-lo, ele iria me matar. Ele sabia onde minha mãe morava e ele ia matar a minha família. E que depois ia se matar. E não foi só uma vez, foram várias.”

Relacionamento abusivo

De acordo com familiares, a mulher tinha um relacionamento abusivo com o policial há oito meses, e já teria fugido para outra cidade após problemas com ele. Ao retornar a São Luís, no dia 8 de agosto, Bruno chamou a vítima até o seu apartamento. Ao chegar lá, ele pegou o celular dela e retirou o chip. A família relata que a vítima sumiu por dois dias, mas no terceiro, mandou mensagem para a mãe através do Instagram, comunicando que estava bem. Após esta última mensagem, a família não obteve mais informações.

Segundo ela, o policial a obrigava, com uma arma de fogo, a enviar mensagens de áudio aos familiares para que não se preocupassem. “Só saia se fosse com ele. Quando ele ia trabalhar me deixava trancada dentro de casa. Ele tinha acesso a todas as minhas redes sociais, Gmail e tudo. Quando alguém mandava uma mensagem, ele via pra depois eu poder responder, se ele deixasse responder”, relatou.

O resgate

O drama da jovem chegou ao fim no dia 31 de agosto, quando acabou sendo resgatada pela Polícia Militar e pela própria mãe. A família da vítima tomou conhecimento da situação depois que a jovem enviou uma mensagem pedindo ajuda do celular do agressor. Sem perder tempo, a mãe dela acionou a polícia e foi até o local para auxiliar a filha.

A mãe e uma viatura da PM chegaram ao mesmo tempo no condomínio, onde os militares encontraram o policial Rafael Bruno com duas armas de fogo e a vítima com vários machucados na cabeça e hematomas pelo corpo. “Eu lembro que depois da agressão eu tentava acalmar ele, abraçava e pedia pra ele se acalmar e mesmo assim ele botava a arma na minha cabeça e pedia pra eu limpar o sangue”, relatou a vítima.

Rafael se identificou como policial e negou ter machucado a vítima. Ele chegou a dizer que jovem havia se machucado em um acidente de moto. A mãe da vítima contou que os policiais chamaram reforços de outra viatura para efetuar a prisão de Rafael Bruno, que fugiu do local. “Eu falei: o senhor não tem que prender ele? O senhor tá deixando ele fugir, o senhor tá dando cobertura pra ele fugir, ele tava matando a minha filha. E ele disse pra mim que não podia prender ele”, disse a mãe da vítima. Segundo ela, os policiais disseram que somente o superior do dia poderia prender o também policial Rafael Bruno.


Do Portal Difusora News.

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