quinta-feira, 18 de março de 2021

Antonio Noberto refaz viagem feita por Daniel de la Touche em 1613 à região amazônica

Antonio Noberto.
O que seria deste mundo não fossem os loucos e os desbravadores. O turismólogo, escritor, acadêmico e inspetor Antonio Noberto bem que se enquadra neste perfil de gente que pesquisa, acredita e faz acontecer. E o novo desafio que agora nos apresenta é a disposição em refazer e completar a viagem que o descobridor das Guianas e fundador de São Luís, Daniel de la Touche, senhor de la Ravardière, fez a partir do dia 7 de julho de 1613, quando saiu do Porto Santa Maria (Porto da Praia Grande), em São Luís, e se dirigiu para a conquista do Amazonas.

E para quem acha que esta viagem é apenas uma invenção de alguém primário no desbravamento, Noberto já realizou roteiros culturais de dar inveja. Não faz dois anos ele saiu dirigindo de Lisboa rumo a Paris como se uma viagem deste porte fosse tomar um cafezinho ali na esquina. E como se não bastasse participou de eventos culturais na capital portuguesa e em Setúbal, onde rendeu homenagem à Fran Paxeco, cônsul de Portugal no Maranhão, fundador da Academia Maranhense de Letras (1908) e fundador da Faculdade de Direito do Maranhão (1918). Dois dias depois, já em território francês, a convite da prefeita da cidade onde Daniel de la Touche nasceu, Berthegon, nosso desbravador foi recebido como chefe de estado e ministrou para um seleto grupo os muitos detalhes da pioneira relação França Maranhão (reveja).

Noberto é segmentado para a relação e presença estrangeira no nosso país. Ele argumenta que foi o estrangeiro quem nos trouxe os dois grandes tesouros: o conhecimento e a ética. Foram eles que mapearam o Brasil, que escreveram os primeiros livros, narraram os usos e costumes nativos, o território, a fauna e a flora. Foram eles que trouxeram o planejamento, as máquinas, o luxo, o conforto, a técnica, as letras e dezenas de outras coisas que ajudaram estabelecer a civilização, geraram riquezas e ajudaram a fazer de algumas cidades do Brasil um pedacinho equatorial da Europa.

Nesta viagem ao estado do Pará, nosso Embaixador da Paz pretende visitar a terra dos caetés (Bragança), Belém, Cametá, Pacajá, Marabá e retornar por Imperatriz. Foi mais ou menos esse o trecho traçado por La Ravardière, quando  partiu de São Luís no dia 7 de julho de 1613, sob salvas de tiros de canhão. A partir desta viagem nasceu Bragança (Caieté), a primeira cidade fundada no Pará, sendo Antonio Noberto o palestrante oficial convidsfi pelo IFPA e pela prefeitura daquele município para a abertura dos quadricentenário de Bragança.

La Touche foi até Cametá e Pacajá, sendo a intenção dele chegar em Marabá e a região onde hoje estão Imperatriz e Grajaú. O professor e inspetor Noberto pretende terminar a viagem que Daniel de la Touche não conseguiu concluir, em razão da chegada da ameaça portuguesa que se preparava para a que seria no ano seguinte a Batalha de Guxenduba.

Cametá até os dias de hoje conserva um pouco do legado cultural deixado pelos gauleses daquele início de século XVII. A viagem do navegador francês foi por mar e depois subindo o Rio Tocantins em direção à Cametá e Marabá. Marabá, que significa na língua tupi: filho de francês. Mas a viagem foi abandonada por La Touche a partir de Pacajá, quando estava na altura da atual represa de Tucuruí.

Antonio Noberto é o idealizador e curador da exposição França Equinocial para sempre, escolhida em 2012 Melhor evento cultural voltado para os 400 anos de São Luís, no prêmio Cazumbá de turismo. O turismólogo também é Doutor Honiris Causa em História (FEBACLA) e Embaixador da Paz, titulação conferida por uma entidade internacional OMDDH - Organização Mundial dos Defensores dos Direitos Humanos. Ele também é membro de academias de letras, inclusive do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM, e da Academia Ludovicense de Letras - ALL, onde foi presidente atuante.

Nas malas de Antonio Noberto: livros, álbuns, canecas e vários outros suvenires que serão doados a autoridades da região amazônica que fazia parte da França Equinocial, território que se estendia do Ceará às Guianas e ao Amazonas. Praticamente metade do território brasileiro.

A viagem de Noberto, que acontecerá nesta segunda quinzena de março, é também uma homenagem ao escritor, acadêmico e ex-proprietário da editora Ética, de Imperatriz, Adalberto Franklin, um amigo que sempre incentivou Noberto a realizar esta viagem, descrita na obra de Yves d'Evreux, "Viagem ao Norte do Brasil feita nos anos de 1613 e 1614".

Desejamos muito sucesso na viagem ao escritor e inspetor da PRF Antonio Noberto.

Um comentário:

  1. Um grande texto, uma verdadeira aula a respeito de nosso fundador Daniel de La Touche. O confrade Noberto é autoridade no assunto, lendo seus textos nos transportamos ara a origem de nossa São Luís.

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