Por Anselmo Oliveira / Ascom – SSP
A Polícia Civil do Maranhão em um trabalho conjunto com o Ministério Público deflagrou na manhã desta sexta-feira (23) uma operação para desarticular uma associação criminosa suspeita de desviar dinheiro público da cidade de Cachoeira Grande. Como resultado da ação, foram presos o ex prefeito da cidade, Francivaldo Vasconcelos Sousa Filho e o seu filho, Alexandre Vasconcelos Oliveira Sousa.
Durante uma coletiva de imprensa realizada na sede da secretaria de segurança pública, as autoridades que coordenaram a operação, informaram que as prisões foram resultadas de medidas judiciais de investigações da Polícia Civil e pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) que apontaram os crimes de superfaturamento, fraudes em licitações, desvios de verbas públicas e improbidade administrativa de 2013 a 2016.
Segundo o delegado da Superintendência Estadual de Combate à Corrupção (SECCOR) Ricardo Moura, as investigações tiveram como base denúncias de servidores públicos de Cachoeira Grande, que foram encaminhadas junto a Promotoria de Justiça da cidade de Morros para serem apuradas. Após apuração do fato, a Polícia Civil descobriu que o esquema era bem organizado com a existência de um livro de controle dos desvios.
Ainda de acordo com delegado, foram constatados dois contratos com indícios de superfaturamento, o primeiro era firmado com a empresa habitat, responsável em administrar condomínios. O livro caixa da empresa contém inúmeros pagamentos de ‘honorários’ à Prefeitura de Cachoeira Grande. Mas, de acordo com fontes fidedignas, esses repasses revelam um esquema fraudulento entre a empresa e o Município. Os valores generosos variam entre R$ 45 mil e R$ 120 mil.
A empresa Habitat ganhou um contrato foram dos padrões em 2012 para prestar serviços de limpeza interna e externa nos prédios públicos municipais, pelo prazo de 12 meses. No entanto, nunca realizou uma limpeza nos locais. Pela prestação de serviço, a empresa ganhou a absurda quantia de R$ 3.119.189,04 (três milhões, cento e dezenove mil, cento e oitenta e nove reais e quatro centavos). No ano seguinte, a Prefeitura assinou um termo aditivo com a empresa.
Em outro contrato as investigações descobriram um contrato com uma empresa de localização de maquinário, porém as maquinas alugadas pertenciam ao sobrinho do ex prefeito, que se encontra foragido e que recebia cerca de R$ 27 mil por mês.
Estiveram presentes na coletiva o delegado-geral da Polícia Civil Lawrence Melo, o superintendente estadual de combate à corrupção, Roberto Fortes, o promotor de justiça do GAECO, Marcos Aurélio Rodrigues e da promotora de justiça de Morros, Érica Éllen Beckman. A promotora disse que atualmente existe vários inquéritos que apuram irregularidades na administração na cidade de Cachoeira Grande na gestão do ex prefeito Francivaldo.
Para o delegado-geral, Lawrence Melo, os avanços contra esse tipo de modalidade criminosa seguem passo a passo no Maranhão. “Vamos atacar o corruptor, porque só existe o corrupto, se houver o corruptor. São criminosos que, por vantagens pessoais, comprometem a prestação de serviço para todos, seja na qualidade da saúde, educação, infraestrutura e segurança da população” finalizou Lawrence Melo.
O ex prefeito e seu filho foram encaminhados ao Centro de Triagem de Pedrinhas, onde devem permanecer presos aguardado um parecer da justiça. As investigações devem continuar visando localizar e prender os demais integrantes da associação criminosa, entre eles, o contador do ex parlamentar, Pedro Silva dos Santos.
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