quarta-feira, 20 de março de 2019

Medidas anunciadas por Bolsonaro nos EUA são tema de debate na Câmara Federal

A postura do presidente nos EUA também foi alvo de debates.
As medidas anunciadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, durante a viagem aos Estados Unidos dominaram as discussões em Plenário da Câmara Federal nesta terça-feira (19). Bolsonaro fez acordo para exploração da base de lançamento de foguetes de Alcântara, no Maranhão, e anunciou a dispensa unilateral de vistos dos turistas dos EUA, Canadá, Japão e Austrália. 

O acordo para exploração da base de Alcântara foi alvo de críticas de parlamentares, como a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC). Para ela, o Brasil deve buscar parcerias que resultem em investimentos no Programa Nuclear Brasileiro, não apenas na concessão da base a outros interesses. “A nossa base é a mais cobiçada do mundo, porque é a melhor do mundo em lançamento de foguetes, de satélites e de mísseis. O Brasil não pode perder a sua soberania sobre aquela área”, disse.

O deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) afirmou que a oposição está “desantenada” e ressaltou que as medidas anunciadas já tiveram impacto no mercado. “Ontem, a Bovespa atingiu o inédito índice de 100 mil pontos, marca inédita e histórica. E, mais, os investidores, os bancos, as corretoras, estão dizendo que esse patamar vai chegar mais alto, até 120 mil. E isso tudo se deve à credibilidade internacional que esse governo está sinalizando para os demais países”, afirmou.

Já a deputada Gleisi Hoffman (PT-PR) criticou o fim da exigência de vistos sem a reciprocidade nos EUA. “Como pode conceder visto livre para os americanos e não conceder para os brasileiros, dizendo que os brasileiros não têm direitos porque podem ir lá sem boa intenção? ”, questionou.

O deputado Bibo Nunes (PSL-RS), no entanto, defendeu a medida. Para ele, sinaliza que o Brasil está fazendo parceria com grandes nações, contrariando a política dos governos anteriores. “Hoje o Brasil faz parcerias com grandes nações, ao contrário de um tempo atrás quando os parceiros do Brasil eram Bolívia, Venezuela, países fracassados da África e por aí afora”, afirmou.

Birra e vergonha

Líderes da oposição, no entanto, criticaram a postura de Bolsonaro nos EUA. O líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), disse que o Executivo se apequenou diante dos norte-americanos. “Nunca se viu tanta submissão, tanto complexo de vira-lata. Bolsonaro foi para os Estados Unidos para se ajoelhar e ceder a pressões norte-americanas”, criticou Valente.

Já o líder do PDT, deputado André Figueiredo (CE), disse que Bolsonaro fez o brasileiro passar vergonha. “É inadmissível para um presidente eleito declarar amor a um país estrangeiro, declarar uma admiração quase infantil por Donald Trump”, criticou. 

O deputado José Medeiros (Pode-MT) acusou a oposição de estar com “birra” em relação ao novo governo. “A birra é porque o presidente resolveu negociar com todos e não só com a parte quebrada do mundo. Resolveu negociar com todos e negociar com países ricos. E mais, resolveu engordar as vacas e vendê-las”, afirmou.

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