segunda-feira, 19 de junho de 2017

Público lota Praça Nauro Machado e curte diversidade cultural do Arraial 'Mestre Marcelino'


O bailado contagiante do Boi Upaon Açu, do sotaque orquestra, garantiu o aquecimento das milhares de pessoas que foram prestigiar o Arraial Mestre Marcelino, na Praça Nauro Machado, na noite de sábado, 17. A atração marcou abertura da festa, movimentando o Centro Histórico da capital em mais um dia de programação junina do ‘São João de Todos’, promovido pelo Governo do Estado, em parceria com a prefeitura de São Luís. Complementaram as atrações no arraial o Cacuriá de Dona Teté, um dos mais conhecidos deste estilo no Maranhão e que sempre atrai centenas para acompanhar o gingado e a música envolvente. A primeira canção prestou uma homenagem à criadora da brincadeira, Almerice da Silva Santos, mais conhecida como Dona Teté, que faleceu em dezembro de 2011, aos 87 anos.

“Para nós é sempre uma satisfação fazer parte desta que é uma das festas mais significativas e representantes do folclore maranhense, que é único e é muito especial para nós por homenagearmos essa mulher que contribuiu para que tudo isso aconteça”, disse a cantora Rosa Reis. Dona Teté era compositora e cantora, ganhadora do título honorável de ‘Dama da Cultura Popular Maranhense e conhecida pelo sua famosa brincadeira. Emoção misturada à alegria deram o tom na apresentação.


O cacuriá foi o que atraiu o administrador Cláudio de Souza Rosa, 41, que é de Brasília. Para ele, a dança é uma das mais atrativas do período. “Na minha cidade, o São João tem mais grupos de quadrilha. Aqui é uma variedade tão grande, tão rica. E desse conjunto todo, gosto muito dessa alegria dos grupos de cacuriá. Fico maravilhado sempre que assisto estes grupos. É tudo muito bem coreografado, tudo muito bem feito”, enfatizou.

A força do Boi de Floresta Mestre Apolônio tomou a praça com seus 130 integrantes e garantiu a alegria do público. A terapeuta ocupacional Juliana da Silva Bespalec, 31 anos, veio de São Paulo especialmente para prestigiar as apresentações juninas e aprovou a brincadeira. É a segunda vez dela na capital maranhense, mas, a primeira especificamente para curtir o São João. “Vim mesmo para estas festas. É muito emocionante, encantador e diverso. Estou gostando muito do que já vi, mas queria mesmo era ver de perto esse gingado dos grupos de bumba boi, que acho bastante interessante”, disse ela.

Integrante do Boi de Apolônio, a turismóloga Nadir Cruz, 54 anos, mantém o pique, a alegria e a emoção para fazer bonito nas apresentações. São 38 anos na dança e a tradição se mantém. “A gente sempre se esforça, mesmo com o cansaço, com a rotina pesada de ensaios e apresentações, para fazer o melhor espetáculo para o público. É cultura, é ação social, é religiosidade, que vão além do folclore e que nos emociona cada vez que vemos a satisfação nas pessoas. São João é essa magia”, disse.


Seguido da brincadeira, o músico César Teixeira levou ao palco do arraial um repertório junino para agradar a todas as idades. Canções imortalizadas na MPM e também MPB como ‘Bandeira de Aço’, ‘Paragolé’ e a belíssima ‘Boi da Lua’ emocionaram o público que cantou junto. A tradição e religiosidade do Boi de Santa Fé encerrou a noite no Arraial Mestre Marcelino convidando todos a bater o pé no chão e seguir a dança cadenciada do grupo.

Nascido na região da baixada e com sede no bairro de Fátima, na capital, o Boi de Santa Fé é referência importante para o bairro e a cultura local. São seis cds gravados; participação em várias festividades culturais do estado e do país; e ganhador de importantes prêmios como no 1º Festival de Toadas do Maranhão em 1986, como  a melhor toada e premiação na edição de 2007 do Prêmio de Cultura Popular Duda do Ministério da Cultura. Este ano completou 29 anos de existência.

O norte-americano Meredith Wats, 76 anos, escolheu o folclore maranhense como sua base de pesquisa e se diz maravilhado com o que conheceu. Todos os anos ele prestigiar os festejos juninos e registra tudo para contar a história às próximas gerações. “O que se vê aqui é o que há de mais rico e atraente em cultura popular e que não pode se perder. Todas as vezes me emociono e sou um fã estudioso das manifestações da cultura de São Luís e do Maranhão”, disse ele.

Festejo de todos

O ‘São João de Todos’ é promovido em quatro arraiais oficiais, nos Vivas de diversos bairros, organizações na Região Metropolitana e mais 100 cidades maranhenses, com apoio do Governo. “É uma festa para a família e todos os arraiais oficiais seguem esse nível em estrutura, segurança e variedade de brincadeiras, que vem atraindo um grande público. O ‘São João de Todos’ já é sucesso, repetindo os períodos juninos anteriores. Esperamos que as famílias venham curtir e prestigiar nossa cultura”, destaca o secretário de Estado de Cultura e Turismo (Sectur), Diego Galdino. As festas prosseguem até dia 2 de julho.

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