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quarta-feira, 6 de maio de 2020

Georgino Melo homenageia José Sarney por aniversário de 90 anos

Georgino Melo e José Sarney.
PRESIDENTE JOSÉ SARNEY 90 ANOS.

Neste dia 24 de abril, chega aos 90 anos, inabalavelmente situado no seu outono feliz e bem-aventurado, o nosso estimado mestre e amigo José Sarney.

Foi no solo sacrossanto de Pinheiro, tradicional e culta urbe maranhense, numa manhã chuvosa, sob a proteção de Santo Inácio, que José Sarney abriu seus olhos para este mundo e recebeu de Deus um balde cheio de estrelas.

T.S. Eliot, no seu magnífico “Terra Arrasada”, verberou que abril é o mais cruel dos meses:
“Abril é o mais cruel dos meses, germina
Lilases da terra morta, mistura
Memória e desejo, aviva
Agônicas raízes com a chuva da primavera”.

No Maranhão o mês de abril é um mês virtuoso. Na terra timbira, onde todos que dormem acordam poetas, mesmo admirando o gênio poético do grande dramaturgo e poeta T.S.Eliot, a crueldade de abril é uma miragem, pois para nós, devotos de Sarney, abril é mês sagrado do benfazer.

A vida luminosa e a biografia de Sarney deixam seus amigos emocionados, não só por ser uma história importante para o Maranhão, mas sobretudo porque é fundamental para o País. Tenho a convicção plena de que José Sarney encontra-se entre aqueles poucos escolhidos que personificam, na mais sublime essência da naturalidade, caridade e solidariedade cristã. Sua história é de dignidade, integridade e de luta perene de compaixão ao próximo e defesa da vida. 

A atuação de José Sarney na arena política atingiu o ponto culminante, com a sua investidura  como o mais alto mandatário da República. O seu descortínio, o seu talento, a sua vocação de estadista e a sua capacidade de mediador foram decisivos para a nossa travessia do regime autoritário para a mais plena e longa quadra democrática da História do Brasil. Ele teve a noção exata de como conduzir o xadrez nos momentos mais difíceis do jogo político. Conhecedor da História e das grandes ideias políticas, Sarney sabe que a política não é uma dádiva para os pobres de espírito, como ensinou Maquiavel.

Cícero ensinava que amizade é antes de tudo confiança. O pressuposto para que a relação entre duas pessoas se solidifique é olhar com simpatia o outro no seu modo de ser. Sarney compreende essa grande aventura humana que é a amizade, compreende também que muitos e variados são os seus desafios. Quem tem amigos sabe quanto é gratificante superar desafios para solidificar a amizade. Relembro Albert Camus: "só quem ama a si próprio pode amar o próximo”.

Outra marca peculiar do Presidente Sarney é a amorosa fraternidade que ramifica àqueles com quem cria laços, afetivos ou profissionais. A minha convivência com o amigo Sarney me faz lembrar o momento em que Jesus, no Lago de Genesaré, convocou os seus discípulos a fim de se tornarem pescadores de homens.

A minha amizade com o Presidente Sarney se tornou mais substanciosa e profunda com a abençoada interveniência de um fraterno e grande amigo, o Professor Benedito Buzar, o noivo de Itapecuru-Mirim.

Quando nos encontramos no Maranhão, sob os acordes das águas lustrais da baia de São Marcos, é parada obrigatória fazer-se presente no aconchego maranhense da residência do casal Dona Marly e José Sarney. Sarney  é dotado de memória prodigiosa e tem o ritmo gostoso do "causeur” temperado pela sua cultura gigantesca e enciclopédica.

Mas, Sarney gosta mesmo é de ser membro da Academia Brasileira de Letras e ser reconhecido como um grande escritor. Sua produção literária já foi traduzida para vários idiomas e seu talento de mestre da ficção foi reconhecido por Claude Lévy Strauss: “Com o seu texto eu reencontrei o sabor, a linguagem carregada de imagens, sobretudo a qualidade profundamente humana de sua população. Eu amei e admirei o livro (Norte das águas)”. Octavio Paz definiu: “José Sarney, poeta e defensor da liberdade”.

A obra literária de José Sarney, como se vê, atingiu uma projeção universal. Ele, com o seu realismo mágico e fantástico, nos apresenta a realidade e a magia dos mares e dos pescadores do Maranhão fantástico, abrindo-nos um painel onde se revelam conflitos, vitalidade e um humor que concilia, numa verdadeira superação da visão presencial da morte.

As velhas tragédias gregas já nos ensinaram que são poucas as coisas que de fato movem a humanidade: o amor, o medo da morte e o poder. Observando atentamente a caminhada vitoriosa de Sarney, constatamos, com muita nitidez, uma extraordinária jornada de bravura, superação, vigor, harmonia e reconciliação, pois ele teve a graça de entender que nada é intocável, perfeito ou definitivo; tudo deve ser examinado, criticado e, se possível, transformado, porque essa é a lógica da trajetória humana na face da terra, a lógica da mudança e da transformação.

É com esse louvor e com a dupla alegria da amizade e da admiração, que venho deixar a minha homenagem ao grande político e escritor José Sarney, nessa feliz efeméride dos seus 90 anos.   

Georgino Melo e Silva, maranhense, amigo de Sarney e procurador federal em Santa Catarina.

* Texto publicado originalmente na Coluna Roda Viva, do escritor Benedito Buzar, no Jornal O Estado do Maranhão.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Deputado Fábio Braga presta homenagem ao escritor Benedito Buzar

Aniversário de 80 anos de Benedito Buzar.
Em pronunciamento feito na sessão desta terça-feira, 20, o deputado Fábio Braga (SD), registrou a sua presença no último sábado, 18, à cidade de Itapecuru-Mirim onde foram feitas homenagens ao presidente da Academia Maranhense de Letras Benedito Buzar pela passagem dos seus 80 anos de vida.

As festividades contaram também com as presenças de membros da comunidade, representantes das Academias de Letras do Estado, dos Municípios de Itapecuru, de Arari e de Vitória do Mearim e de vários políticos daquela região. “Eu também quero deixar a minha homenagem ao Benedito Buzar pela passagem dos seus oitenta anos de vida”, disse Fábio Braga, pedindo que seja transcrito nos Anais da Assembleia Legislativa o artigo feito pelo seu conterrâneo, o procurador federal Georgino Melo e Silva, em homenagem a Benedito Buzar.

Da tribuna, Fábio Braga leu o texto que sintetiza a homenagem a Benedito Buzar que é bacharel em Direito, jornalista, escritor, professor e pesquisador. Foi professor titular de Ciências Políticas da Universidade Estadual do Maranhão, deputado estadual, secretário de Estado e da Prefeitura de São Luís e também presidente da MARATUR, dentre outras atribuições.

Deputado Fábio Braga na Tribuna da Assembleia.
“Costumo-me reunir com Dr. Buzar para deliciar-me com a sua cultura, sua inteligência vibrante, sua sabedoria e seu maravilhoso senso de humor. Nascido em Itapecuru, tradicional urbe maranhense, escritor, jornalista, professor e ex-parlamentar, o nosso querido Benedito Buzar é detentor de uma memória prodigiosa e é grande conhecedor da história do Maranhão e do Brasil. Dá gosto ouvi-lo discorrer sobre acontecimentos políticos do nosso amado Maranhão. Mas Buzar é um apaixonado pela sua família, pelos seus amigos, por Itapecuru Mirim e pelo Maranhão. O mar, a terra, a história, as pessoas, as suas qualidades e defeitos, a luz, as paisagens dessa terra querida determina o ritmo de Buzar. Mesmo sem exercer mandato político, Benedito Buzar é um homem de estado. Ora, um homem de estado é antes de tudo homem. Sendo impossível entendê-lo sem nos olharmos dentro de nós mesmos para encontrarmos o que com ele temos em comum. Sentidos, sentimentos, idéias, impulsos, visões e ideais povoam a mente e o coração como a do ser humano mais simples e destituído. O que é singular em um homem como Benedito Buzar é a elevação paulatina dessas capacidades”. Isso transcrito aos Anais desta Casa fará uma homenagem ao nosso ex-deputado Benedito Buzar é a elevação paulatina dessas capacidades. O Dr. Benedito Buzar não foi e nem será cobrado, pois não se omitiu e nem negligenciou. O povo do Maranhão e do Brasil é quem deve muito ao ilustre homenageado  pelo seu exemplo de vida”.

Anistia

Fábio Braga também lembrou que Benedito Buzar, ex-deputado estadual, teve o mandato abreviado pelo Regime Militar por não aceitar a forma como era conduzida a política naquela época. Mas, na gestão do então presidente Arnaldo Melo, a Assembleia Legislativa concedeu-lhe a anistia. “Esta Casa, depois de vários e vários anos, concedeu-lhe essa anistia. Ainda na presidência do deputado Arnaldo Melo foi feita uma homenagem aos deputados que tiveram os seus mandatos cassados naquela época”.