Chuvas causaram alagamento em condomínio. |
Somente no primeiro trimestre deste ano, o índice de chuvas em São Luís foi superior ao registrado em todo o ano de 2012. Outro dado que chama atenção é que, apenas no mês de março de 2019, na capital maranhense, choveu quase o dobro do que foi aferido no mesmo período de 2018.
As informações são do Laboratório de Meteorologia (Labmet), equipamento que integra o Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
O mês de abril começou com a incidência de veranicos – período de estiagem durante a estação chuvosa –, mas o chefe do Labmet, o meteorologista Gunter de Azevedo Reske, alerta que chuvas acima ou dentro da média devem se estender até o mês de julho em São Luís. A chuva volumosa da última quinta-feira (11) reforça essa previsão.
Gunter Reske explica que as fortes chuvas que causaram estragos em vários bairros da Região Metropolitana de São Luís são resultantes da maior atuação da Zona de Convergência Intertropical. É um sistema que se forma ao longo do Oceano Atlântico pela convergência dos ventos alísios, que vêm do Hemisfério Norte e do Hemisfério Sul. Esse sistema é decisivo na formação de chuvas no Norte do estado.
“O setor Norte do Maranhão é influenciado pela atuação desse sistema meteorológico de grande escala, até planetária, que se chama Zona de Convergência Intertropical”, detalha Reske.
O professor Gunter Reske destaca que o período chuvoso na região Norte/Noroeste do Maranhão caracteristicamente ocorre no primeiro semestre do ano, com maior índice pluviométrico entre os meses de março e abril.
O mesmo não ocorre com o setor Centro Sul do estado, que sofre influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul, sistema que diz respeito ao transporte da umidade que existe na Amazônia ou nos oceanos para o sudeste do Brasil.
“No Sul do estado a chuva começa no mês de outubro e termina mais ou menos no mês de abril, geralmente até a primeira quinzena”, esclarece o meteorologista.
Seca: “Anomalia negativa”
Embora o período de chuvas cause danos como enchentes e deslizamentos de terra, Gunter Reske lembra que a estação chuvosa é essencial para setores como agricultura e a agropecuária, ao afastar os males da seca. Os anos de 2012 a 2016 ficaram marcados por uma forte estiagem, período que o professor Gunter chama de “anomalia negativa”.
Entre 2012 e 2015, números da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Maranhão (CEPDECMA) apontam 206 decretações de situação de emergência pela estiagem em todo o estado.
Operações emergenciais
Diante dos prejuízos causados pelo intenso período chuvoso de 2019, equipes do Corpo de Bombeiros intensificaram a operação de auxílio aos moradores das áreas ribeirinhas. A prioridade é trabalhar em integração com as prefeituras no sentido de remover as pessoas que ainda estão nas áreas de risco.
A Secretaria das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid) está prestando apoio aos municípios atingidos, por meio do Programa Cheque Minha Casa. Já a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedes), em conjunto com o Corpo de Bombeiros, distribuiu água e cestas básicas a famílias afetadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário