Vargem Grande de Ontem: Dona Odinéia, um exemplo a ser seguido...

Mundinho e Odinéia Mesquita.

Por Blog do Alpanir Mesquita.

Aproveitando que neste domingo está sendo comemorado o Dia das Mães, a coluna "Vargem Grande de Ontem" prestará uma justa homenagem a Odinéia Mesquita, ou simplesmente dona Odinéia, como sempre ficou conhecida em nossa cidade. Dona de um coração gigante.

Dona Odinéia não nasceu em Vargem Grande, ela é natural de Axixá, mas contribuiu de forma significativa na construção intelectual de nossa sociedade e abraçou a terra como se fosse sua. Ela chegou no município em 1958 quando visitara sua prima Raimunda Galdês, que na época era vizinha de Raimundo Carlos Mesquita, viúvo, jovem, bonito e pai de oito filhos. Mundinho Mesquita, como era conhecido, se enamora pela jovem visitante e a ela enviou uma carta com pedido de casamento, que de pronto foi aceito. Odinéia se tornou mãe dos oitos órfãos, teve com ele tantos outros filhos e mais alguns que chegaram com o tempo.

O jovem casal Odinéia e Mundinho com o filho Raimundo Carlos Filho, o Temoca.

Odinéia teve papel de destaque no município como membro efetivo da Igreja Católica, onde ministrou a Eucaristia e integrou a Legião de Maria. Amadrinhou inúmeros vargem-grandenses, abençoou tantos alunos, desde a escola paroquial até o Hemetério Leitão, escola ao qual dirigiu por mais de 30 anos. Professora marcada por uma didática impecável que dispensava consulta a qualquer que fosse o recurso, sabia do tema sem precisar de suporte.

Também militou na política, sendo eleita vereadora e a primeira mulher a presidir a Câmara Municipal de Vargem Grande. Candidatou-se a prefeita, mas desenvolveu, no mesmo período, a doença rara sarcoidose, da qual escapou ilesa e sem sequelas, de forma inacreditável e com as bençãos de Deus, a quem dedicou a vida inteira.

Sua mente brilhante, hoje, infelizmente, enevoada pelo Alzeimer, já não lembra de muitos momentos, mas tanto impressionou, no passado, pela competência, astúcia, presença de espírito, exemplo de caráter e moralismo cristão. Foi e ainda é uma mulher ícone de nosso tempo, que tanto fez pela educação da cidade e pelos filhos de Deus desta terra, entre enfermos, aprisionados, crentes e descrentes, pobres ou afortunados. E se de nós ela não mais lembrar, lembramo-nos nós dela, como exemplo para as futuras gerações.

... E Feliz Dia das Mães.