Estudante relatou o caso nas redes sociais. |
A jovem explicou que estava no ônibus indo para a faculdade, quando um homem, que havia subido no mesmo ponto que ela, encostou as mãos e o corpo nela e chegou a ficar excitado.
“Após umas pessoas saírem, eu fui um pouco pro lado e ele me prendeu, ficando com as duas mãos entre mim, eu fiquei presa. E aí comecei a sentir ele encostando em mim, tanto a mão quanto o corpo dele em si. Na hora fiquei completamente sem reação, eu não sabia o que fazer, então eu comecei a ir me afastando um pouco pro lado. Eu estava de frente pra ele, mas não queria ficar nessa posição, olhando no rosto dele, então virei de costas e comecei a sentir o ônibus balançando e ele vindo pro meu lado. E fui me afastando e, quando olhei de canto de olho, eu que vi que ele estava excitado. Então eu fiquei chocada com a situação”, contou a estudante.
Fernanda disse depois da situação constrangedora, ela tentou sair de perto do homem aos poucos, pois estava muito assustada, porém com medo de falar algo e ele a agredir. Uma passageira que estava no ônibus viu a situação e começou a gritar com o homem, pedindo para ele se afastar da vítima. Ele negou o assédio dizendo que a mulher estava louca.
“Eu estava em estado de choque, não chorei, não gritei, não disse nada. Até que a moça que me socorreu me deu um lugar para sentar e eu desabei a chorar. Outras mulheres vieram falar comigo, me abraçaram, me deram um lenço para eu enxugar meu rosto. Eu me senti a pessoa mais impotente do mundo. Eu não tinha forças para fazer nada. Eu fiquei sem reação. Então, se ela não tivesse falado, aquilo teria ido até eu descer do ônibus”, contou a estudante.
A estudante disse que a mulher continuou a gritar, até que alguns passageiros, que estavam no fundo do coletivo, se manifestaram e obrigaram o homem a descer do ônibus.
“Ela começou a gritar e dizer que ele estava se encostando em mim. Após a reação dela, me senti confortável pra sair do lado dele e ir pra outro lado. Eu saí de lá e fiquei entre duas moças, que me seguraram. Enquanto isso a outra moça continuou a gritar que no ônibus não tinha homem, porque senão já tinham expulsado ele do ônibus. E ela gritando, xingando ele e ele dizendo que não tava fazendo nada, que ela era louca. E, tipo, ninguém, teve reação de nada, os homens ficaram quietos”, relatou Fernanda.
Após expor o caso nas redes sociais, Fernanda disse que outras mulheres comentaram que haviam passado por casos semelhantes e a instruíram sobre como denunciar o caso, mesmo sem ter foto, vídeo ou outra prova do crime.
Na manhã dessa sexta-feira (27), ela prestou queixa na Casa da Mulher Brasileira, que recebe denúncias de violência contra a mulher. Segundo a delegada Kazumi Tanaka, titular da Delegacia Especial da Mulher (DEM), uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que o transporte público é onde as mulheres sentem que há maior risco de sofrer algum tipo de assédio.
Do G1 MA.
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