Última aparição pública de João de Deus. Imagem: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo. |
O Ministério Público de Goiás confirmou neste domingo (16) que o médium João Teixeira de Faria, 76, conhecido como João de Deus, retirou R$ 35 milhões de contas e aplicações financeiras após as primeiras denúncias de abuso sexual. A informação acelerou a decretação da prisão preventiva do médium, que, até as 14h30 (horário de Brasília), ainda não havia se apresentado à polícia.
Desde a tarde de sábado (15), João de Deus é considerado foragido pelo MP. Uma uma força-tarefa instaurada para apurar denúncias já recebeu pelo menos 335 relatos de abusos sexuais. O número abrange mulheres de diferentes estados e também de seis países.
De acordo com o MP, o médium passou à condição de foragido depois de não ter se apresentado espontaneamente às autoridades nas 24 horas seguintes à ordem de prisão e de não ter sido encontrado nos endereços onde foi procurado.
Desde ontem, ele pode ser preso por qualquer autoridade policial brasileira ou estrangeira, com auxílio da Interpol, caso saia do país. O mandado de prisão está inserido no BNMP (Banco Nacional dos Mandados de Prisão, do Conselho Nacional de Justiça) do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
A reportagem não conseguiu falar com o advogado Alberto Toron, que defende João de Deus. Ontem, o advogado afirmou que entrará com um pedido de habeas corpus para reverter a decisão já na nesta segunda-feira (17). Para Toron, a prisão é "ilegal", já que trataria de fatos "antigos" e sobre os quais "não há nenhuma contemporaneidade" capaz de exigir, agora, uma prisão preventiva.
Religioso diz que é inocente
Na sua última aparição pública, na quarta-feira, João de Deus cumprimentou o público, sob aplausos, e disse que "queria cumprir a lei brasileira".
"Agradeço a Deus por estar aqui. Ainda sou irmão de Deus. Quero cumprir a lei brasileira. Estou nas mãos da lei. João de Deus ainda está vivo", afirmou a fiéis. Ele permaneceu no local apenas dez minutos e, ao sair, disse a jornalistas que era inocente.
Com informações de UOL, Agência Brasil e Estadão Conteúdo.
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