quinta-feira, 22 de março de 2018

Agressores de Defensor de Direitos Humanos são presos por atentado em Belágua

Trio preso.
Três homens foram conduzidos à delegacia de Urbano Santos após serem presos em flagrante por atentado na comunidade Estiva do Cangati, em Belágua. Durante a madrugada do dia 20, Edvaldo Lago Teles, Vicente da Conceição Azevedo e Jefferson do Nascimento Almeida foram capturados pela Polícia Militar portando três armas de fogo usadas para disparar contra a casa onde, supostamente, estaria instalado um defensor de direitos humanos e líder da comunidade. 

Edvaldo Lago Teles, que se intitula dono das terras da Estiva do Cangati, junto a dois pistoleiros dispararam contra o local atingindo o sobrinho do militante, o lavrador Isaias Pires Silva, que se encontrava no local no momento da ação dos criminosos. Isaias Pires foi atingido nas pernas por estilhaços, sendo levado para São Luís e deu entrada no Hospital Socorrão II, onde passou por uma limpeza e sutura da área afetada.

A Polícia Militar agiu rapidamente e conseguiu localizar os três envolvidos na ação, que foram presos, autuados e encaminhados à delegacia de Urbanos Santos, onde serão indiciados pelo ato criminoso.

Para o secretário dos Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves da Conceição, a polícia teve papel imprescindível: “A prisão imediata dos responsáveis pelos tiros disparados nos trabalhadores é uma ação importante para combater impunidade e evitar que situações como esta se repitam”.

Entenda o caso

A comunidade de Estiva do Cangati, que tem cerca de 3.000ha, 37 famílias residindo e 90 anos de existência, tem sido constantemente alvo de atentados por disputa de terra. Desde 2016, Edvaldo Lago Teles tem requerido a posse das terras e vem ameaçando a todos, em especial líderes comunitários. De acordo com relatos, a presença de “jagunços” ligados a Edvaldo rondando é percebida a qualquer hora do dia ou da noite. 

O secretário de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves da Conceição, mais a equipe da Sedihpop, estiveram em Estiva do Cangati em fevereiro de 2018 e ouviram os moradores sobre as ameaças e intimidações sofridas.

Equipe técnica do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos coletou depoimentos e indícios de, pelo menos, dois atos de violência contra a comunidade. O primeiro registrado em 2016 e, o mais recente, já em 2018, relatam incêndio criminoso à sede da Associação de Moradores.

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