Após um ano de lançamento do programa Força Estadual de Saúde do Maranhão (Fesma) pelo Governo do Estado, 537.333 atendimentos foram contabilizados de abril de 2016 até agora. A Fesma, que atua nos 30 municípios do Plano ‘Mais IDH’, tem como foco prestar assistência aos que mais precisam, por meio do método da estratificação de risco e mapeamento de territórios com maior vulnerabilidade sócio sanitário.
Os 120 profissionais da Força, que residem nas 30 cidades, trabalham para promover a diminuição da mortalidade infantil e materna, dos agravos provocados pela hipertensão e diabetes, além da identificação e tratamento dos pacientes com hanseníase. O método de trabalho utilizado é acompanhado pelas equipes municipais de profissionais de saúde das Estratégias de Saúde da Família (ESF) e da Atenção Básica, para que o município possa dar prosseguimento ao trabalho com as ferramentas de gestão estratégicas.
Para se ter uma ideia, nas 30 cidades de atuação do programa, iniciado há um ano, as equipes da Fesma já atenderam 43.056 crianças da primeira e segunda infância (de zero a sete anos). Em decorrência desse trabalho, 67% dos municípios onde a Fesma atua houve 30% de diminuição da mortalidade infantil em 2016, comparado a 2015, segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde (MS). O enfermeiro Leonardo Lagrange, de 31 anos, contou que quando recebeu a metodologia de trabalho do programa, ficou impactado com o choque de realidade. “A proposta é que nós poderíamos mudar a realidade de pessoas tão vulneráveis e, ao mesmo tempo, levar algo tão precioso que é o bem-estar do próximo. E é isso que estamos fazendo. Nesse contexto de abandono, conhecemos dona Eliete Xavier, puérpera que enfrentava problemas de lactação com sua recém-nascida, Sarah Maria, portadora de fenda palatina, o que resultou em problemas de sucção por não possuir continuidade no lábio superior. Imediatamente ensinamos uma técnica de lactação alternativa com o próprio leite materno”, revelou Leonardo.
Marcos Pacheco, secretário de Estado das Políticas Públicas, afirma que o programa tem cumprido seu papel ao fazer um balanço desse período. “Após esse um ano de trabalho incessante e incansável, podemos dizer que as 30 equipes cumpriram a primeira missão plenamente, foram mais de 500 mil atendimentos aos mais vulneráveis. Quanto ao apoio à gestão municipal, podemos dizer que o objetivo foi alcançado parcialmente, pois o prazo para disponibilização das diretrizes específicas e ações estratégicas está previsto para junho. A Força também prima pela difusão do conceito da teoria em torno da prevenção e promoção da saúde”, explicou.
O terapeuta ocupacional Francisco Martins, que integra a equipe de Centro Novo do Maranhão, relatou que sente um misto de satisfação e de dever cumprido, não só como profissional de saúde, mas como cidadão. “Sabe, eu entro numa casa hoje e vejo o olhar das pessoas com seus medos, inseguranças, desesperanças, mas tem o brilho no olhar pelo fato de estarem sendo enxergadas e cuidadas. Fico logo esperando que a vozinha me convide pra sentar à mesa pra tomar um cafezinho feito com muito carinho. Assim me sinto um pouco já da família, que não substitui a minha, mas dá um grande alívio na saudade”, contou Francisco, emocionado.
Para o secretário de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, a Força cumpre um papel fundamental nos municípios mais pobres do Maranhão, com o atendimento direto à população no que se refere à prevenção da mortalidade materna e infantil. “Ao mesmo tempo, o programa exerce uma articulação com as prefeituras municipais e organizações da sociedade civil auxiliando nas mudanças de indicadores de saúde desses locais. Portanto, é de extrema importância o trabalho desempenhado pelas equipes”, finalizou.
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