quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

De autoria da Professora Ana Socorro, Livro sobre as Irmãs Farina será lançado em Vargem Grande

A Missão das Filhas de São João Antônio
Farina no Brasil.

A Congregação das Irmãs Mestras de Santa Dorotéia Filhas dos Sagrados Corações, mais conhecida como Irmãs Farina, do Instituto Farina do Brasil, convida para o lançamento do livro A Missão das Filhas de São João Antônio Farina no Brasil, de autoria da professora e pesquisadora Ana Socorro Ramos Braga, da UFMA. A apresentação do livro é da Ir. Janete Veras Gomes, Madre da Província do Brasil, sediada em Belém/PA. O prefácio foi escrito por Dom Sebastião Bandeira Coelho, bispo da Diocese de Coroatá.

Para contar a história das missionárias no Brasil, a autora tece as tramas de muitas histórias que antecedem a chegada as quatro irmãs pioneiras que deixaram a Itália em direção ao Brasil no ano de 1966, para estabelecerem-se no município de Vargem Grande no dia 04 de fevereiro de 1967. Os acontecimentos abordados nos capítulos iniciais permitem aos leitores compreenderem a vinda da Congregação para o município de Vargem Grande como decorrência da participação de Dom João José da Mota e Albuquerque, o Dom Mota, então arcebispo de São Luís, no Concílio Vaticano II, em Roma. É possível acompanhar as atividades pastorais de Dom Mota em meados da década de 1960 e o seu esforço para estabelecer um novo projeto de Igreja naquele município e na região, colocando em prática as profundas transformações decorrentes do referido Concílio. Um exemplo desse esforço é da vinda dessa missão religiosa que culminou, em longo prazo e somadas a outras ações, com a criação da Diocese de Coroatá em 1977. 

Desse modo, como bem destaca Dom Sebastião Bandeira, bispo dessa diocese no prefácio que escreveu, esse livro: “tem uma importância não só para a congregação, mas também para conhecermos parte da história da Igreja do Maranhão, de maneira particular a Arquidiocese de São Luís e a Diocese de Coroatá, a que atualmente esta paróquia pertence”.  

Sobre o trabalho realizado pelas Irmãs Mestras de Santa Dorotéia Filhas dos Sagrados Corações, ele acrescentou que:  “[...] exerceram e continuam exercendo um papel marcante na vida da comunidade, nos diversos campos, como, educação, saúde, cooperativismo, economia, políticas públicas, ecologia e de maneira particular na evangelização integral”.

Nos capítulos seguintes, a autora relata a expansão da Missão das Irmãs Farina para São Luís, em 1969, quando criaram o Instituto Farina no Brasil, e para outros estados, como Pará, Minas Gerais e Goiás, constituindo a Província do Brasil. Demonstra como, em consonância com as necessidades de cada paróquia ou diocese, as irmãs Farina desenvolvem atividades educativas, evangelizadoras, associativas e de fortalecimento comunitário, assistenciais de saúde e promoção da vida. 

No Capítulo IV, a autora faz retratos da vida religiosa em família, como o dizem as Irmãs, uma vez que estendem esse espírito de família religiosa cristã para todas as obras que desenvolvem. A autora também escreve breves retratos biográficos das pioneiras, como é o caso de Irmã Donata Azzini, ainda atuante e principal incentivadora desta pesquisa e de sua publicação; de Irmã Camila Bizzotto e outras irmãs enfermeiras e educadoras que muito contribuíram para a criação de um sistema de cuidado e proteção à saúde no nível municipal de Vargem Grande e de São Luís, antes mesmo da criação do SUS. No capítulo final, a autora reúne testemunhos – de ex-alunos, religiosos e vocacionados, pais e colaboradores - consolidando o entendimento de como a congregação tem contribuído em todos os planos da vida social, sobretudo para a saúde e educação de crianças e jovens, orientando-as em suas escolhas profissionais e religiosas.

Lançamento do Livro.

O lançamento do livro foi inicialmente previsto para a festa do Cinquentenário da Missão no Brasil ocorrido em fevereiro de 2017, em Vargem Grande, mas atrasou em função da pesquisa de campo que se estendeu para além do cronograma inicialmente planejado. Depois, foi previsto para 2020, mas adiado em função da pandemia do Covid-19. Agora, o lançamento será realizado de modo presencial, para um pequeno número de convidados na quadra da Escola São José Operário, em Vargem Grande, e também será transmitido pelo Canal do YouTube OFICIAL e Facebook do Santuário de São Raimundo Nonato dos Mulundus. Posteriormente, em data a ser agendada, o lançamento será feito em São Luís.

Sobre a autora

Ana Socorro Ramos Braga nasceu em Vargem Grande – MA em 1968. Sua mãe, Francisca, é piauiense de origem cearense, como muitas famílias que se estabeleceram no município em meados do século passado; seu pai, Raimundo, já falecido, é da antiga Vila da Manga do Iguará, hoje município de Nina Rodrigues.

Estudou na Escola Paroquial Nossa Senhora das Graças e no Grupo Escolar Santos Dumont, em Vargem Grande. Ainda nesse município fez o 5º ano na escola Hemetério Leitão, mas concluiu o ensino fundamental e o ensino médio no Colégio Maranhense Marista, em São Luís. É graduada em Educação Artística com Habilitação em Artes Cênicas, mestre em Políticas Públicas (2000) e doutora em Teatro (2019), na linha de pesquisa Imagens Políticas, com foco em cultura, sociedade e comunidade. Desde 2002 está vinculada ao Departamento de Artes Cênicas do Centro de Ciências Humanas da Universidade Federal do Maranhão, onde atua como professora e supervisora de estágio, orientando pesquisas acadêmicas, bem como iniciação à docência em Teatro. 

É membro do Grupo de Estudo Religião e Cultura Popular, coordenado por Mundicarmo e Sérgio Ferretti (in memoriam), sendo este último seu orientador nas pesquisas acadêmicas na área de Religião - catolicismo, romaria e São Raimundo dos Mulundus; e Política Cultural - folclore, cultura popular e patrimônio. Desde 2005 realiza pesquisas sobre o Tambor de Crioula e, mais recentemente estuda perspectivas cênicas afro-brasileiras nas comunidades quilombolas.

Outros livros e pesquisas que coordenou são: Tambores do Piqui/Cartas da Liberdade – Memória e Trajetória da Comunidade Piqui da Rampa (2007) e Teatro de animação para sala de aula e ação cultural (2015; 2020).

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