segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Alterar nome político pode ser uma faca de dois gumes

Edivaldo Holanda Jr., Adriano Sarney, Fufuca Dantas, Detinha e
Junior Marreca Filho: nomes polêmicos
A polêmica envolvendo o deputado Adriano Sarney (PV), que teria suprimido o Sarney para se chamar apenas Adriano, é antiga e faz algum sentido uma discussão sobre nomes de políticos. Afinal, nome é a mais importante marca de identificação de uma pessoa, e quando se abre mão do nome de batismo ou do sobrenome, que identifica família, preferindo ser identificado com um apelido ou qualquer outra marca nominal, essa iniciativa pode consolidar ou fragilizar o político, por exemplo. 

Daí ser de risco a estratégia de identificar o prefeito Edivaldo Holanda Júnior apenas como “prefeito Edivaldo” ou simplesmente “Edivaldo”. Essa simplificação drástica pode até passar a ideia de mais intimidade com o público, mas pode também torná-lo um Edivaldo qualquer, quando se está falando de Edivaldo Holanda Braga Júnior, filho do deputado Edivaldo Holanda Braga. Trata-se do político que foi vereador de São Luís por dois mandatos, deputado federal e prefeito eleito e reeleito de São Luís e que tem uma longa estrada pela frente, que nasceu como Edivaldo Holanda Jr., nada justificando esse arranjo minimalista da sua identidade nominal. Imagine-se “deputado Edivaldo”, “senador Edivaldo” ou “governador Edivaldo”, ao lado de deputado Rubens Jr., senador Weverton Rocha e governador Flávio Dino. 

Há casos absurdos em sentido contrário, como o do deputado federal Júnior Marreca Filho, uma verdadeira equação nominal para ligar o nome do jovem político ao do pai, o ex-deputado federal e ex-prefeito de Itapecuru-Mirim, Júnior Marreca. E o do deputado André Fufuca, que adotou o apelido do pai, Fufuca Dantas, que também adotou como identidade política um apelido de infância. E ainda o exemplo da deputada Detinha, Maria Deusdeth Lima Cunha Rodrigues, só identificada por um apelido de infância, como se não tivesse uma raiz familiar. 

O caso de Adriano Sarney é mais falatório, porque ele dificilmente abrirá mão da sua identidade familiar, pois sabe que dificilmente terá futuro sem ela. Já Júnior Marreca Filho, André Fufuca e Detinha nasceram políticos como esses nomes, que dificilmente mudarão. Quanto à simplificação do nome do prefeito Edivaldo Holanda Jr. para Edivaldo é uma tentativa ousada quando ele já é um político maduro identificado pelo nome que carrega, e por isso a reviravolta nominal não faz muito sentido.

Do Blog do Ribamar Corrêa.

Um comentário:

  1. O caso do político Junior Marreca filho, a canalhice é maior ainda. Nas eleições de 2016, concorreu a prefeitura de Itapecuru com o nome Neto Marreca. Em toda a cidade assim ficou conhecido. Entretanto, após o pai ser enquadrado em tantos processos que responde, precisou adotar esse novo nome e assumir o lugar do pai e herdando todos os votos deste. É incrível como isso pode acontecer neste país.

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