segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Dino e Brandão têm relação exemplar num contexto de tensões entre titulares e vices

Dino e Brandão demonstram sintonia.
Num tempo em que muitos vices têm se dedicado a dar dores de cabeça para os titulares, conspirando para derrubá-los dos cargos, por armações que ganham tintura de legalidade, como fez o vice Michel Temer (MDB) com a presidente Dilma Rousseff (PT), ou apelando para a bala, como foi o caso do assassinato do prefeito de Davinópolis a mando do vice-prefeito, é confortável viver num estado onde esse problema simplesmente não existe. E o dado que confirma essa normalidade no Maranhão está numa mensagem do governador Flávio Dino no Twitter:

“Agradeço ao vice-governador Carlos Brandão a colaboração cotidiana para me auxiliar e substituir na função de governar o Maranhão. Entre várias qualidades, Brandao demonstra duas que destaco: disposição para trabalhar e lealdade”.

A mensagem de agradecimento do governador ao vice-governador foi divulgada após o primeiro retornar de 10 dias de férias, período em que o vice-governador assumiu o comando do Governo como chefe do Poder Executivo em exercício com plenos poderes. Carlos Brandão cumpriu fielmente suas funções, atuando rigorosamente no limite das suas prerrogativas. Com o retorno do governador, devolveu-lhe a bola sem um só arranhão.

Só para se ter uma ideia do quanto esse quadro mudou, vale lembrar como foram as relações dos governadores com seus vices nos últimos 40 anos: João Castelo (PDS) terminou seu Governo sem vice, uma vez que seu companheiro de chapa, Arthur Carvalho (PDS), morreu no segundo ano de mandato. Luís Rocha (PDS) rompeu com seu vice, João Rodolfo (PDS), que por ser cunhado e homem de confiança de João Castelo, foi confinado numa pequena sala de um prédio no centro de São Luís, sem ter sequer visitado o Palácio dos leões durante esse período. Epitácio Cafeteira (PMDB), manteve relações tensas com seu vice, João Alberto (PDS): numa viagem que fez a Taiwan, em 1988, chefiando uma missão comercial com os poderes de “embaixador plenipotenciário”, dados por decreto pelo então presidente José Sarney (PMDB), Cafeteira passou o Governo para João Alberto, que no cargo tomou uma série de medidas que desagradaram ao titular, que ao retornar desfez o que pode desfazer. Roseana Sarney (PMDB) deu algum espaço para José Reinaldo (PFL), mas acabou isolando-o. Quando teve João Alberto como vice, Roseana Sarney manteve bom relacionamento, o mesmo acontecendo com Washington Oliveira (PT), a ponto de dar-lhe uma cadeira vitalícia no Tribunal de Contas do Estado.

O relacionamento do governador Flávio Dino com o vice Carlos Brandão é, portanto, exemplar.

Da Coluna Repórter Tempo/Ribamar Corrêa.

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