quinta-feira, 21 de junho de 2018

Africanos resgatados tiram documentos e se preparam para novos desafios

Africanos resgatados no Maranhão.
Dando continuidade ao tratamento humanitário, o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), mantém um grupo de trabalho formado por equipes de governo e organizações da sociedade civil, que se reúnem semanalmente para buscar uma solução conjunta relativa aos próximos passos dos estrangeiros resgatados na costa maranhense, seguindo as orientações do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Junto ao Ministério do Trabalho (MTE), o governo articulou ainda o processo de emissão das CTPS, que estão previstas para o próximo dia 26, quando os estrangeiros comparecerão à sede do MTE para fazer a solicitação da carteira de trabalho. Os 25 imigrantes africanos resgatados no cais do município de São José de Ribamar, em 19 de maio, vão escrever uma nova fase nas suas vidas. De posse do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), emitido pela Receita Federal na última terça-feira (19), a pedido da Defensoria Pública da União, os africanos podem ter acesso a muitos atos relativos ao exercício da cidadania, como por exemplo, a emissão da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

Outra providência a ser tomada é a saída deles do Ginásio Costa Rodrigues, onde estão atualmente alojados. Uma casa foi oferecida por uma igreja para que os africanos possam permanecer até que consigam se sustentar com renda própria. Além disso, o Centro de Cultura Negra (CCN) está fazendo campanha para arrecadar donativos que ajudem os imigrantes a se manterem enquanto não conseguem trabalho. As doações podem ser desde cestas básicas, materiais de limpeza e higiene pessoal até doações como camas, colchões e cobertores.

A partir desta quinta-feira (21), os 25 africanos participam de um curso de português ofertado pela Sedihpop, por meio da Escola dos Conselhos, em parceria com o Departamento de Letras da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). As aulas estão sendo ministradas no prédio de arquitetura da UEMA, localizado no Centro Histórico.

O curso terá duração total de 60 horas, num total de quatro semanas. As aulas serão presenciais e terá momentos de vivência no cotidiano de São Luís, utilizando espaços externos como mercados e pontos chave da cidade. De acordo com o secretário de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves da Conceição, o curso ofertado dará mais autonomia para que eles consigam, daqui para frente, alcançar seus objetivos. 

O secretário informou, ainda, que os imigrantes serão cadastrados no Sistema Nacional de Emprego (SINE) para que possam concorrer às vagas de emprego no país, como qualquer outro brasileiro. Em seus países de origem, alguns deles desempenhavam atividades como pedreiro, marceneiro, motorista, lanterneiro, professor, entre outros.

Até o momento 18 deles manifestaram o desejo de permanecer em São Luís, como o africano natural de Serra Leoa, Muctarr Mansaray, de 27 anos, o único que fala português. Muctarr contou que quer retomar os estudos em Ciências da Tecnologia e conseguir sua autonomia financeira para ajudar a família que ficou em Serra Leoa.

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